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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Atividade econômica no Estado avança 6,1%


Indicador do Banco Central mostra que economia cearense avançou acima da média nacional em 2011

Mesmo em um período de fragilidade na conjuntura internacional, a atividade econômica cearense cresceu 6,1% no ano passado, no comparativo com 2010, na série sem ajustes sazonais. A evolução ficou acima da apresentada pela média do País, que foi de 2,79%. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Banco Central (BC) e se referem ao IBC-BR e CE, indicador que funciona como termômetro do PIB (Produto Interno Bruto).

Na série ajustada, o Estado registrou evolução ainda maior: de 8,3% no período. No entanto, o PIB deve ficar bem abaixo desse valor, já que os últimos resultados, referentes aos três primeiros trimestres do ano passado, mostram crescimento de apenas 4,7%. Em 2010, o PIB cearense avançou 7,9%, base considerada elevada, o que aponta para uma desaceleração nos números de 2011, assim como deve ocorrer no restante do Brasil.


Vale lembrar que as metodologias de cada indicador são diferentes. O PIB, mais preciso, soma todas as riquezas geradas, enquanto o IBC-BR mede o ritmo da economia, com base no desempenho da agropecuária, indústria e do setor de serviços.

Impacto menor

Para o economista Ênio Viana, os dados confirmam que a crise não afetou o Ceará de maneira tão direta. Além disso, completa, "nossa economia e a do Nordeste como um todo são muito dependentes de transferências governamentais, como Bolsa Família. E houve influência desses aumentos de ganhos reais que têm acontecido".

Viana acredita que a economia nacional não ultrapasse 3% de crescimento em 2011. Segundo comenta, o desempenho brasileiro é bom se comparado ao de países desenvolvidos - como Irlanda, Espanha e Portugal -, mas deixa a desejar em relação a outros emergentes, como Índia e China, que também estão em desaceleração, porém avançam em patamares maiores.

Gargalos

"Sofremos muito com gargalos de infraestrutura, não temos mais gente qualificada para trabalhar, o crédito é muito caro. O País tem muito potencial para crescer mais, porém está limitado por esses fatores", avalia.

Se o País resolver ou atenuar essas dificuldades, defende, 2012 será um ano melhor.

"Embora seja um momento de crise, o mundo inteiro está olhando para o Brasil. Os investimentos do exterior só aumentam. Mas é preciso saber como aproveitar todo esse potencial", observa Viana.

Mantega afirma que PIB deve ficar em torno de 3%

Brasília O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o crescimento da economia brasileira em 2011 deve ficar em torno de 3%. Pela manhã, o Banco Central divulgou um indicador de atividade que aponta para um crescimento de 2,79% no ano passado.

O resultado ficou abaixo do esperado pelo governo, mas de acordo com o previsto pela maioria dos analistas, que estimavam uma alta entre 2,7% e 2,9%.

Sobre estas diferenças de estimativas, Mantega afirmou que "esse número não é o PIB (Produto Interno Bruto), é uma estimativa". Ele disse que o PIB deverá ficar em torno de 3%, um pouco a mais um pouco a menos.

"Mas o importante é a trajetória. Esse resultado já está ficando para trás e estamos caminhando para um PIB maior em 2012. Várias condições estão mais favoráveis (para este crescimento), por exemplo, a inflação que está caindo o que possibilita uma política monetária mais flexível do BC e com isso o crédito deve aumentar e os juros devem cair", afirmou.

Aceleração

Segundo o ministro, o índice demonstra que nos meses de novembro e dezembro houve uma aceleração da economia, inclusive para a indústria. "A indústria é o setor que mais acelerou mostrando que o setor com mais dificuldades econômicas já está na rota da aceleração. Portanto, entramos em 2012 já com a economia acelerando, e devemos manter essa trajetória, começando mais lentamente no primeiro semestre e acelerando no segundo", afirmou.

Análise

De acordo com estimativa da LCA Consultoria, o PIB brasileiro a preços de mercado deve apresentar uma variação de 1,3% no 4º trimestre de 2011 ante igual período de 2010, avançando 0,1% sobre o 3º trimestre, com ajuste sazonal.

Consumo

"A abertura mostra que o consumo das famílias, que havia ficado estagnado no 3º trimestre, já deve ter voltado a crescer em um ritmo forte no final de 2011. Por outro lado, a Formação Bruta de Capital Fixo deve ter aprofundado a queda que já havia sido observada no período julho-setembro", analisa. A variação de estoques, acredita a consultoria, deve ter subtraído uma parte relevante do crescimento do PIB no 4º trimestre.

VICTOR XIMENES
REPÓRTER

Copilado do Diário do Nordeste

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