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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cearense é o único brasileiro a compor turma de jovens líderes globais em programa na China

Após 8 meses de uma rigorosa seleção, Ítalo Alves, 23 anos, foi escolhido para integrar o Schwarzman Scholars, programa de mestrado na Universidade de Tsinghua, na China. Para participar da primeira turma- composta por 111 alunos de 32 países - cerca de 3 mil candidatos se inscreveram em busca da bolsa de formação de uma rede de líderes globais. 


O cearense, que cresceu no Conjunto Ceará, se orgulha de sua trajetória ascendente através da educação. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ele conta que apesar de sempre ter estudado em escolas públicas, nunca se limitou a dificuldades financeiras e estruturais para se acomodar. “Eu sou um exemplo de como a educação tem poder. Reconheço que tive oportunidades que outras pessoas não tiveram. Mas eu estava preprarado para enxergar essas oportunidades quando apareceram e para agarrá-las”, conta o jovem que aos 17 anos ganhou uma bolsa de estudo integral para estudar em universidade nos Estados Unidos.

Vítima de Bullyng

Essa história poderia ter outros rumos, uma vez que Ítalo chegou a pensar em desistir da escola. Vítima de bullyng por sua orientação sexual, chegou a sofrer agressões físicas e psicológicas dentro de sala de aula. Contudo, resolveu reverter o papel de vítima para a de empreendedor social. Criou, na época, uma organização não-governamental (ONG) com amigos de diversas partes do mundo através do Facebook com o objetivo de empoderar jovens brasileiros a combater as desigualdade de gênero por meio do empreendedorismo social. 

“A ONG não existe mais porque todos aqueles que trabalhavam comigo ganharam bolsas para estudar fora. Mas a página no Facebook da React & Change ainda existe e ajuda muitas pessoas hoje em dia”, explica ele, que deixou o Brasil para estudar fora com a bolsa ganha a partir dessa iniciativa. Nos Estados Unidos, se formou em Relações Internacionais e, logo depois, começou a trabalhar. Atualmente é  consultor de risco empresarial em uma multinacional e é voluntário como Diretor de Pesquisa e Políticas Públicas na AsylumConnect, uma organização juvenil que auxilia refugiados LGBT nos Estados Unidos.

A história de vida do cearense sempre foi mola propulsora. Filha de uma professora e um auxiliar de almoxarifado, Ítalo viu dentro de casa que a educação era o caminho para transformações. “Minha mãe era auxiliar contábil e resolveu fazer uma faculdade de Pedagogia com 28 anos. Eu vi todo o sacrifício dela para se formar e para lutar pelo que ela queria”, relembra.

Vida política

Acostumado a participar de seleções rigorosas, ele confessa que a da Schwarzman Scholars foi a mais difícil. “Eu cheguei ao programa através dos anúnicos na internet. Comecei pela curiosidade para saber mais sobre o programa. Até que eu entendi a importância disso para mim. Realmente eu me dediquei bastante para passar. Primeiro, porque eu estudei durante quatro anos sobre a China e vi a possibilidade de aplicar a teoria na prática. Segundo, porque eu estaria num grupo de jovens inspiradores numa formação de líderes. E terceiro porque eu sempre me interessei em programas de lideranças”, conta.

Com o anúncio da bolsa, ele agora se prepara para mais uma guinada na vida. Em agosto, se muda para a China, onde ficará um ano lá. Na volta, planeja o retorno ao Brasil. “Tenho dois planos. Em curto prazo, quero trabalhar com empreendedorismo social aí em Fortaleza. A ideia é trabalhar com o público LGBT e as empresas. Em longo prazo, quero entrar na vida política”. 

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/online/cearense-e-o-unico-brasileiro-a-compor-turma-de-jovens-lideres-globais-em-programa-na-china-1.1472757

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