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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Dilma e Temer fazem acordo de convivência em reunião

Brasília O tom formal tomou conta dos menos de 50 minutos da primeira conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o seu vice, Michel Temer, depois da divulgação da carta escrita por ele, na segunda-feira (7), quando o peemedebista desfiou um rosário de queixas da petista.

A coreografia oficial foi de mostrar que o "cachimbo da paz" foi aceso, com acordo de convivência sendo selado. Mas, na prática, os dois já disputam o poder e um sabe, claramente, que não pode mais contar com o outro. Na conversa, Temer aconselhou Dilma a "não interferir" na guerra que está sendo travada na Câmara para evitar que deputados consigam antecipar a convenção do PMDB, que está marcada para março e, assim, o rompimento com o governo da petista pode ser antecipado, "agravando a crise".
Os dois combinaram as declarações a serem dadas. Temer convocou os jornalistas para se manifestar e disse: "Combinamos, eu e a presidente Dilma, que nós teremos uma relação pessoal e institucional que seja a mais fértil possível".
Dilma preferiu distribuir uma nota, assinada por ela, onde afirma que "na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do País".
Carta
A conversa começou com uma avaliação sobre os pontos da carta escrita por Temer para Dilma, que acabou vazada para a imprensa, o que irritou o vice. Já Dilma ficou "assustada" com o conteúdo do texto, mas disse a aliados que é importante "tentar trazê-lo de volta para onde ele sempre esteve, na posição de vice-presidente da República".
A presidente teria dito que "ficou refletindo" sobre vários trechos descritos por Temer na carta que davam clara demonstração de desconfiança dela em relação a ele e ao PMDB. De acordo com fontes, ela teria chegado a reconhecer que errou em alguns casos, fazendo um "mea-culpa".
Em seguida, a conversa evoluiu para os problemas que estão sendo enfrentados pelo governo com o PMDB. Temer explicou que, como presidente do partido, não pode defender qualquer uma das alas da legenda porque ele está completamente dividido. Aconselhou a presidente Dilma a ouvir mais o partido e lembrou que ele se mantém há 14 anos neste posto de presidente do PMDB porque dialoga e ouve todas as correntes.
Os dois teriam terminado a conversa "aliviados", mas não há mudanças drásticas nas relações, nem no quadro de convivência. Na verdade, foi selado uma espécie de "acordo de boa convivência". O encontro ocorreu após a presidenta voltar de Roraima, onde cumpriu agenda de entrega de moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida.

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