O Brasil se tornará, em
breve, um dos líderes mundiais na produção de aero geradores, equipamentos
destinados a produzir energia elétrica a partir dos ventos.
Um mercado de R$ 25
bilhões para esses produtos deve abrir, nos próximos cinco anos, para atender à
expectativa do setor de contratar, pelo menos, 2,5 gigawatts (GW) por ano até
2020, acrescentando, a partir de 2012, mais 20 GW de energia eólica ao sistema.
Estes dados constam de um
levantamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica
(Abeeólica), divulgado no 3o Brazil Windpower, no Rio de Janeiro. Estudos
recentes mostram que o potencial onshore (em terra), do Brasil, em energia a
partir dos ventos, é da ordem de 300 GW.
O maior estímulo a essa
criação de uma cadeia industrial do setor de energia eólica no Brasil vem do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). A instituição
vincula seus financiamentos a um índice de nacionalização mínimo dos
equipamentos. “Há 10 anos, tínhamos apenas um fabricante local, hoje os
principais agentes já instalaram fábricas no Brasil”, explica Élbia Melo,
presidente-executiva da Abeeólica.
FINANCIAMENTOS
O Bndes prevê um aumento
entre 20% e 25% no volume de financiamentos para usinas eólicas, ainda este
ano, conforme afirmou o chefe de departamento de fontes alternativas da
instituição, Antônio Tovar. Esse aumento se dará mesmo em meio ao impasse
surgido no segmento, com a exclusão de pelo menos cinco fabricantes de
equipamentos, para geração de uma linha de financiamento do banco de fomento.
“O percentual de expansão deve ser verificado tanto nas aprovações, quanto nas
contratações e na liberação dos recursos”, disse Tovar.
Dados preliminares da EPE
(Empresa de Pesquisa Energética) indicam o cadastramento de 637 empreendimentos
para os dois leilões de energia que estão previstos para ocorrer em outubro,
somando 15.667 megawatts de capacidade instalada. Apesar de verificar expansão
da participação na matriz energética, o segmento ainda encontra-se sob impacto
da medida que resultou na exclusão de pelo menos cinco fabricantes de
equipamentos do Finame - linha de financiamento do banco de fomento, em que se
enquadram as eólicas.
Tovar disse que a negociação
junto às empresas para que retornem ao programa “está avançando” e que elas
estão se mobilizando para comprovar que atendem aos critérios de concessão de
financiamento, especialmente o índice mínimo de nacionalização de 60% dos
componentes das eólicas. “A área responsável pelo credenciamento do banco vem
conversando com todos os fabricantes”, disse o executivo.
Para isso, as usinas teriam
que passar por uma nova auditoria do banco, a fim de verificar se o índice de
conteúdo local mínimo foi atendido. “Quando o fabricante entender que já
preenche as condições necessárias para reingressar no cadastro Finame, ele vai
agendar essa data, de comum acordo com o banco, e existindo o cumprimento dos
requisitos, o fabricante pode reingressar no cadastro”, afirmou o executivo.
Fonte: Jornal O Estado
Online
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