Com a redução dos juros, a
caderneta passou a render menos de 6% ao ano pela primeira vez na história.
Com queda da Selic para 8,5%
ao ano, conforme decidido na última reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), a poupança tem hoje o menor ganho da história. É o que afirma a
Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac). É que com a redução dos juros para esse patamar, a caderneta passou a
render, para as aplicações feitas de 4 de maio último em diante, menos de 6% ao
ano pela primeira vez na história.
Isso porque, pelas novas
regras definidas pelo governo federal, o rendimento da poupança passa a ser
atrelado aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa
Referencial (TR).
Esse novo formato de rendimento da caderneta é aplicado,
porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central,
atingir justamente 8,5% ao ano ou menos. Pela regra anterior, que vigorava
desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR.
Bom negócio
Porém, mesmo assim, a
modalidade ainda pode ser um bom negócio. Estudo da Anefac revela que, mesmo
com a alteração das normas, a caderneta continuará se destacando frente aos
fundos de renda fixa, por exemplo, por não ser taxada com Imposto de Renda e
não ter taxa de administração.
"Quanto à rentabilidade
das novas poupanças, mesmo com as alterações feitas, que vão provocar uma
redução em sua rentabilidade se comparadas às contas antigas, mesmo assim elas
vão continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa, pelo fato de que
não pagam Imposto de Renda nem taxas de administração. Este fato deverá
provocar ainda reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para
não perderem clientes", avaliou a associação.
Na análise do economista
Ênio Arêa Leão Viana, diretor da Arêa Leão Consultoria Empresarial, além da não
incidência de impostos e da inexistência de encargos, outras vantagens como
liquidez e risco zero vão garantir a atratividade da caderneta.
"Apesar de a poupança
ter a restrição do aniversário da conta, o que faz com que o aplicador perca o
rendimento se sacar antes dessa data, ela continua sendo muito competitiva,
sobretudo para valores menores", emenda o economista Alex Araújo.
Com o que concorda o educador
financeiro Reinaldo Domingos. "Em uma primeira análise posso afirmar que a
redução do rendimento não significa que se deverá deixar de colocar seu
dinheiro nesta modalidade ou investir em outro tipo de aplicação. É importante
frisar neste ponto, que a nova regra só vale para novas aplicações na
poupança", afirma.
Vantajoso
Conforme disse, por mais que
os números mostrem um tipo de investimento como vantajoso, vários fatores devem
ser avaliados antes dessa decisão, dentre os quais estão o comportamento do
mercado, que pode mudar de rumo com o decorrer do tempo e, principalmente, os
sonhos e objetivos que se quer atingir com o dinheiro investido.
"Investir apenas na
linha que aparentemente tem a maior rentabilidade pode ser uma armadilha,
levando até mesmo a prejuízos. Além disto, o dinheiro poupado deverá ser
dividido em investimentos direcionados aos objetivos de curto, médio e longo
prazos", fala. (ADJ)
Rendimento
70% da Selic mais a TR é o
rendimento da poupança após nova regra, porém é aplicada somente quando a taxa
atingir 8,5% ou menos
Mercado de capitais é a
prioridade
"Não existe momento
ruim para investir em ações". A afirmação é do médico Carlos Boisseaux,
que há pelo menos oito anos aposta no mercado de renda variável para maximizar
seus ganhos. Porém, para se dar bem no segmento, orienta, é preciso reconhecer
as tendências e operar de acordo com elas. "Tem que conhecer, aprender
análise gráfica para poder usufruir de bons resultados". Atualmente,
revela, mesmo com todo o sobe e desce da Bolsa, 80% do que tem investido está
aplicado em ações. "Existem formas diferentes de operar quando o mercado
está em alta e também quando está em baixa", fala Boisseaux.
De acordo com ele,
diferentemente de quem tem a visão de comprar ação apenas para render, uma
opção interessante é trabalhar com vendas a descoberto. "A venda a
descoberto funciona mais ou menos assim: a gente aluga o papel e depois de um
tempo, esperando que seu preço caia, compra de volta lucrando na transação, o
que é muito propício em um momento como agora", explica.
Ações: chances de ganhos e
riscos
Com oportunidades de ganhos
maiores no longo prazo, ao contrário da renda fixa, o mercado de ações é outra
alternativa de investimento, porém, oferece mais riscos. "Comprar a ação
de uma empresa e esperar que ela cresça e mude seu patamar de lucros pode ser
uma experiência bastante gratificante para o investidor. Mas para isso é
preciso ter paciência e não se assustar com oscilações pontuais de mercado.
Além disso, é preciso estar certo de que esse investimento atende a seus
objetivos de longo prazo", explica o economista Ênio Viana, diretor da
Arêa Leão Consultoria Empresarial.
De acordo com ele, são dois
os principais tipos de riscos relacionados a investimentos em ações:
"risco de mercado e risco de liquidez. O risco de mercado é associado à
possibilidade de desvalorização ou de valorização de um ativo (título público
ou ação, por exemplo), devido às alterações políticas, econômicas,
internacionais, entre outras.
O risco de liquidez surge da
dificuldade em se conseguir encontrar compradores potenciais para um
determinado ativo no momento e no preço desejado". Para investir em ações,
explica, existem várias formas, "mas é importante avaliar cada uma das
alternativas e escolher aquela que melhor atende os objetivos do investidor.
Entre as opções estão: os
fundos de ações, que têm gestão de um profissional, mas cobra taxas de
administração, o que diminui a rentabilidade; corretora de valores, tradicional
forma de compra de ações, mas que também tem a corretagem; o home broker, canal
de relacionamento entre investidores e corretoras; e os clubes de investimento,
grupos formados exclusivamente por pessoas físicas com um objetivo específico:
investir no mercado de ações. (ADJ)
Copilado do Diário do
Nordeste
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