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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Crianças abandonam escolas por conta do trabalho

Aos oito anos, já trabalhava em barracas de praia servindo aos clientes que aproveitavam o momento de lazer. Hoje, aos 16 anos, não exerce o ofício de antes, e conta orgulhoso a oportunidade que lhe foi concedida pela Rede Peteca, instituição que visa promover os direitos de crianças e adolescentes; e a erradicação do trabalho infantil, com projetos referentes ao tema.


Um levantamento realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em 59 municípios cearenses apontou o setor agrícola e o trabalho doméstico como recordistas no que diz respeito à exploração infantojuvenil. O estudo revelou que 9.345 dos 153 mil entrevistados exercem, ilegalmente, uma atividade econômica no contraturno escolar.

O diagnóstico esclareceu ainda que 20,48% dos casos foram identificados no setor agrícola, seguido dos outros 18% que são as crianças ou adolescentes que trabalham como babás, cuidadores de idosos ou empregadas domésticas. O comércio representa 14%. Entre os que foram perguntados, 12% estão no setor de serviços, como oficinas mecânicas, bares, restaurantes e borracharias. A criação de animais, principalmente, a pecuária, ocupa o quinto lugar.
A pesquisa foi baseada nos relatos de estudantes do Ensino Fundamental I e II, em 871 escolas da rede pública que participam do Programa Nacional contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca). Os dados devem nortear estratégias de prevenção e combate à exploração da mão de obra deles.
Evasão escolar
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os locais do levantamento foram escolhidos porque mais de 80% das crianças e adolescentes que trabalham vão às aulas. No entanto, a evasão escolar é três vezes maior, quando comparadas com as que só estudam.

O procurador do MPT, Antônio de Oliveira Lima, ressalta que a escola é uma grande aliada para evitar a situação. "Quando falamos com o educador, estamos nos referindo a um profissional que lida cinco dias na semana e 200 dias letivos a cada ano, com as crianças e adolescentes que trabalham", declara, acrescentando a importância do trabalho de sensibilização e conscientização para que a situação atual seja modificada.

"Criança não pode trabalhar em circunstância alguma. Aos adolescentes, é permitido atividades de aprendizagem, sempre vinculadas a algum tipo de formação, desde que esteja matriculado no colégio", diz o chefe de escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Fortaleza, Rui Aguiar.
O intuito da instituição é zerar o trabalho infantil até 2022, quando o Brasil completa 200 anos de Independência. "Temos notado que este fato vem crescendo nas áreas urbanas. Se tivéssemos mais vagas de aprendizagem nas empresas, aumentaríamos a erradicação dos casos".

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/criancas-abandonam-escolas-por-conta-do-trabalho-1.2012061

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