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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

"Doença do beijo" tem alta incidência no Carnaval

“Eu quero mais é beijar na boca”, diz o verso de uma música de axé famosa na voz de Claudia Leitte e comumente executada no Carnaval. Nessa época de festa, os ânimos se excitam e muita gente cumpre o que o trecho propõe: uma, duas, três, cinco, dez vezes, em sequência. Contudo, um simples beijo, do inocente ao mais ardente, pode transformar o período de folia em dor de cabeça com a transmissão de doenças como a mononucleose infecciosa, conhecida popularmente como a “doença do beijo”.

Segundo o infectologista Érico Arruda, do Hospital São José de Doenças Infecciosas, a patologia causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB) tem prevalência em crianças e adolescentes, indivíduos que geralmente estão expostos a secreções orais. “Muitas crianças podem desenvolver a doença sem ser através do beijo, como quando bebem do copo de alguém ou quando mordem um brinquedo que estava na boca de outra”, explica o especialista. 
É a faixa etária dos 15 aos 25 anos que está mais suscetível, conforme o Ministério da Saúde. Contudo, ao contrário do que se costuma pensar, o beijo, coitado, é apenas um coadjuvante na frente da verdadeira vilã: a saliva. “O beijo é a maneira mais fácil e efetiva de transmissão, mas ela também pode acontecer pelo contato próximo com espirros, tosses e secreções respiratórias”, esclarece o infectologista Érico Arruda.
Uma vez acometido pela doença, o indivíduo desenvolve sintomas como febre, dor de garganta e lesões na pele, podendo apresentar também aumento de baço e de fígado. No entanto, de acordo com o especialista, a mononucleose tende a ser benigna e autolimitada, ou seja, tem período de atuação determinado. O Ministério da Saúde afirma que “o paciente pode restabelecer-se em poucas semanas”, mas uma parcela deles “necessita de meses para recuperar seus níveis de energia”. 
Não há medicamentos ou vacinas específicas para a mononucleose. O tratamento visa a minimizar os sintomas com o uso de antitérmicos e analgésicos. “Também não há profilaxia para diminuir a exposição. No Carnaval, o que notamos é um comportamento que mede a satisfação e a capacidade de se divertir com base na quantidade de beijos e pessoas beijadas. Isso as expõe ao risco”, observa Érico Arruda. 
O beijo pode transmitir ainda gripes e resfriados, infecção por citomegalovírus e sífilis. Para o especialista, após o período momimo, a demanda por orientações sobre essas doenças devem impactar, sobretudo, as unidades básicas de saúde e asUnidades de Pronto Atendimento (UPAs). O Hospital São José, por ser de atenção terciária, deve receber casos de maior complexidade.

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