Seja bem vindo...

Páginas

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

CE: 37% levam mais de 1 ano para obter emprego

Apesar da inflação mais baixa, dos sucessivos cortes nas taxas de juros e do crescimento do consumo, o tempo médio de procura por emprego no País ainda ultrapassa um ano, segundo levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com a pesquisa "O desemprego e a busca por recolocação profissional no Brasil", realizada em todas as capitais do País, tempo médio de desemprego já chega a 14 meses, maior do que o observado em 2016, quando girava em torno de 12 meses.

O analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Mardônio Costa, explica que, no Ceará, com base nos últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a setembro de 2017, 37,5% dos desempregados passaram um ano ou mais do que isso em busca de um trabalho, contra 32,2% em 2014, antes de a crise levar a demissões em todos os setores.
O IBGE classificou o tempo de procura por emprego em quatro faixas: a primeira compreende os que passaram menos de um mês em busca de emprego; a segunda diz respeito aos que passaram de um mês a menos de um ano; a terceira, um ano a menos de dois anos e, a quarta, dois anos ou mais.
Em 2017, 11,4% dos cearenses estavam na primeira faixa. Outros 51,1% se encaixavam na segunda; 15,8% na terceira e 21,7% na quarta faixa (somando as duas últimas, é possível obter a taxa de 37,5%. Mardônio destaca que houve redução entre 2014 e 2017 no percentual da população desempregada que se encaixava na primeira faixa. Em 2016, 17,8% levou menos de um mês para se recolocar no mercado de trabalho.
"Isso é fruto exatamente do elevado crescimento do desemprego em 2017, sobretudo no primeiro trimestre. A partir do segundo trimestre, o nível de pessoas sem trabalho formal começou a cair aqui no Ceará, mas mesmo com essa redução, ainda é uma taxa bastante elevada", diz Mardônio Costa, destacando que, atualmente, são 466 mil pessoas sem trabalho formal no estado do Ceará.
Perfil
Quanto ao perfil do desempregado no Ceará, ele destaca que não há muita diferença do que se observa no resto do País. "São, sobretudo, jovens com idade entre 18 e 24 anos, com baixa escolaridade. As mulheres são as principais atingidas pelo desemprego. Esse perfil não muda (em relação ao cenário nacional)", diz o analista.
Para 2018, Mardônio Costa explica que as perspectivas são positivas, mas que a recuperação do mercado de trabalho deverá ser lenta e gradual. "Nós ainda temos uma taxa muito elevada e um baixo nível de investimento na economia. Isso faz com que, apesar da inflação baixa, crescimento do consumo e juros baixos, a melhora da oferta de emprego seja algo bastante lento e gradual", detalha.
De acordo com o estudo da CNDL e do SPC Brasil, 59% dos desempregados do País são do sexo feminino, com média de idade de 34 anos; 54% têm até o ensino médio completo, 95% pertencem às classes C, D e/ou E e 58% têm filhos, a maioria menor de idade.
Ocupação anterior
Entre os que já tiveram um emprego antes, 34% dos entrevistados para o levantamento atuavam no segmento de serviços, enquanto 33% no setor de comércio e 14% na indústria. A média de permanência no último emprego foi de aproximadamente dois anos e nove meses.
Salário inferior
A pesquisa revela ainda que seis em cada dez desempregados (61%) estão dispostos a ganhar menos do que recebiam no último emprego - uma queda em relação ao ano passado (68%). As principais justificativas nestes casos são que o que importa atualmente é voltar ao mercado de trabalho (23%) e arrumar um emprego para pagar as despesas (22% das respostas).
Por outro lado, 39% dos entrevistados não estão dispostos a receber menos do que recebiam no emprego anterior, sendo a razão mais citada o fato de encararem o salário menor como regressão profissional (19%), seguido da possibilidade de ser difícil voltar ao patamar salarial que possuía antes (13%).

Nenhum comentário:

Postar um comentário