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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

47% dos açudes estão no volume morto ou secos

O atual volume de água nos açudes dos municípios do Ceará continua deixando o Estado em alerta para a iminência de um colapso hídrico. Segundo o Portal Hidrológico da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), dos 155 açudes monitorados no Ceará, 73 (47,09%) estão com volume morto ou secos, ou seja, quase a metade do total do aporte para abastecimento está comprometido. O órgão destaca, ainda, que 126 do total de açudes estão com capacidade abaixo de 30%. O Estado conta, hoje, com um volume de abastecimento de 1,24 bilhões m³ (6,6%), distribuídos em 12 bacias hidrográficas, cuja capacidade total é de 18,64 bilhões m³.

Esperança
Após uma pré-estação chuvosa 31% abaixo da média, a esperança por uma quadra chuvosa acima de média, conforme projeta a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), com 40% de probabilidade, se torna essencial para amenizar este cenário.
Sertões de Crateús (0,22%) e Baixo Jaguaribe (0,96%) estão entre as bacias mais ameaçadas pela carência de chuvas. Os maiores reservatórios, Orós (5,76%), Castanhão (2,22%), Banabuiú (0,46%), que em sua capacidade total somam 10,4 bilhões de m³ de água, 55% da reserva hídrica do Ceará, também estão em situação de alerta.
Já as bacias do Coreaú (49,69%) e Litoral (35,24%) têm os melhores índices. A Metropolitana registra um volume de 14,28%. Apesar de não ser considerada a pior, se encontra em situação que requer cautela.
O governador Camilo Santana admite a situação crítica, mas afirma que o Governo está fazendo todos os esforços para ter controle da situação. "Estamos monitorando 24h, perfurando poços onde é possível, fazendo adutoras, fazendo reúso da água, aproveitando a barragem do Maranguapinho, fazendo todo esse gerenciamento, principalmente aqui na Capital e na Região Metropolitana, onde tem a maior concentração da população. Temos uma equipe dedicada exclusivamente a cuidar dessa questão do gerenciamento de água e garantir abastecimento para toda a comunidade cearense. Vamos atravessar fevereiro com esse volume que tem, esperando que a quadra invernosa comece agora", ressalta.
arte
Para João Lúcio Farias, presidente da Cogerh, o atual quadro dos açudes do Ceará é delicado e está sendo agravado pelas chuvas abaixo da média que o Estado vivencia há seis anos. Ele acredita que, apesar do cenário negativo, é preciso ter cautela e confiar no prognóstico da Funceme. "Nossa preocupação maior é com o abastecimento dos municípios da região do Centro e Centro-Sul do Ceará, enfim todo o sertão, onde o quadro é mais alarmante. Municípios como Quixadá, Quixeramobim e Pedra Branca estão chegando em seus limites, com menos de 3% das reservas. Já a região Norte, principalmente o litoral, costumam ter um bom aporte na quadra chuvosa", destaca.

O Governo tem apostado na prospecção de águas subterrâneas. Segundo a Cogerh, nos últimos três anos, foram realizadas mais de seis mil ações para esses projetos. "Nós temos monitorado todos os possíveis pontos para perfurações de poços. Temos um nível de acerto de 80%, na busca de poços com boa vazão. Realizamos estudos geofísicos semanalmente", diz.
Segundo o presidente da Cogerh, a atual situação é delicada; porém, o Governo trabalha em diversas frentes para amenizá-la. "Estamos realizando um grande esforço para garantir o abastecimento para consumo humano. 2018 vai depender da quadra chuvosa. Só em agosto é que teremos a real noção de como estará. A partir daí, vamos traçar novas estratégias para que a situação continue sob controle", destaca.
Ele ressalta que a transposição do Rio São Francisco e a instalação da dessalinização podem contribuir para evitar um colapso hídrico. "Esperamos que, ainda no primeiro semestre, sejamos beneficiados pela transposição".
Prognóstico
No dia 22 de janeiro, a Funceme divulgou o prognóstico para o primeiro trimestre da quadra chuvosa. Avaliou um cenário favorável para chuvas acima da média comparando os últimos dez anos. Aponta que há 40% de probabilidade para chuvas superiores à média, 35% em torno da normalidade e 25% de chances de ficar abaixo do normal.

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