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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

139 mortes por dengue e chikungunya na Capital

Uma média de 11 pessoas morreram a cada mês em Fortaleza vítimas da dengue ou chikungunya no período entre janeiro e início de dezembro desse ano. De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde da Capital (SMS), 14 foram devido a complicações da primeira doença e 125 da segunda. No total, quase 70 mil pessoas (69.8 mil) tiveram uma das duas enfermidades confirmadas por exame laboratorial, causadas pelo mosquito Aedes aegypti. A preocupação de infectologistas é com a pré-estação e quadra chuvosa, com prevalência dos casos no primeiro semestre de cada ano.

Em relação à chikungunya, quando comparados às ocorrências confirmadas a igual período de 2016, houve um aumento de 221% em 12 meses. No ano passado, foram contabilizados 17.5 mil casos da doença. Segundo o boletim, a Taxa de Incidência (TI) acumulada até a 49ª semana epidemiológica (8 de dezembro) é de 2.150,3 casos por 100 mil habitantes, considerada ainda muito alta.
Do total, 67,1% das confirmações foram registrados na população adulta e ativa, dos 20 aos 59 anos de idade. As pessoas com 60 anos ou mais responderam por 16,3% dos casos, os adolescentes (10 aos 19 anos) por 11,7% e as crianças (0 a 9 anos) por 5%. Ainda é possível observar que 79,1% dos óbitos suspeitos (110) ocorreram nos meses de abril a junho. No tocante à idade, 85,6% deles ou 119 foram registrados na população maior de 60 anos, com destaque para o grupo com mais de 70 anos, com 75,2% das mortes. Dos 125 óbitos já confirmados, 94 pacientes tinham mais de 70 anos (75,2%).
Incidência
Entre os bairros com maior ocorrência estão Bom Jardim, com 3.1 mil confirmações da doença, seguida por Serrinha (1.8 mil); Montese (1.7mil) e Granja Portugal (1.5 mil). Fortaleza possui 64,7% ou 77 dos bairros com incidência entre 1.2 mil a 9.2 mil casos por 100 mil habitantes. Sobre a dengue, foram confirmados no período, 13.3 mil casos e 14 óbitos. Em 2016, foram 21.6 mil ocorrências e 11 mortes. Entre os bairros com maior número de infectados, está o Bom Jardim, com 651 casos; Granja Portugal, 563 e Conjunto Ceará I, com 512 confirmações.
Mais complicada
O infectologista Anastácio Queiroz alerta que 2018 está aí e, com ele, principalmente até o meio do ano, os casos se multiplicam. Ele avalia que a realidade pode ser mais complicada do que os números oficiais. "Como muita gente não busca ajuda médica e se automedica, como uso de analgésicos e até corticoides, a situação continua sendo muito preocupante".
O especialista diz que, se a dengue mata mais e a zika é a que mais chama atenção, devido às gestantes, a chikungunya maltrata muito e os pacientes ficam até sem poder andar direito ou até pentear o cabelo. "As dores são constantes, sem falar nos prejuízos em geral, como mais tempo afastado do trabalho ou de qualquer atividade até de lazer", explica o especialista.
Na opinião de do médico Anastácio Queiroz, a única maneira de conter o mosquito é contar com a ajuda diária da população. "Isso já deveria ser parte do cotidiano das pessoas: não adianta o poder público fazer de tudo, se a pessoa mantém depósitos com focos do vetor", comenta o infectologista.

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