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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Aids aumenta 188,6% na última década no Ceará


Público vulnerável e que precisa de uma atenção especial, os idosos fazem parte, hoje, de estatísticas bastante preocupantes quando o assunto é a contaminação pelo vírus da Aids, o HIV.
A doença torna-se mais complexa quando atinge um idoso, que geralmente já sofre de outras patologias. Além disso, o HIV se desenvolve mais rapidamente em pessoas da terceira idade, que já têm imunidade reduzida Foto: Waleska Santiago.No Ceará, na última década, segundo dados do Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), os casos e a incidência entre pessoas com 50 anos ou mais aumentaram. Enquanto em 2001, no Estado, foram registradas 44 ocorrências da doença, no ano de 2012, este número subiu para 127, um crescimento de 188,6%.



A incidência da patologia neste público específico também sofreu alterações, conforme o levantamento. Em 2001, este índice era de 4,1 para cada 100 mil habitantes. No ano de 2012, tal registro foi de 7,8 para cada 100 mil habitantes.


Segundo o médico infectologista Anastácio Queiroz, a Aids, caracterizada por ser uma doença grave e considerada um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, torna-se ainda mais complexa quando vem a acometer um idoso, tendo em vista que este, naturalmente, já sofre com alguma outra patologia, como diabetes ou problemas reumáticos.


"A Aids tende a se desenvolver mais rápido nos idosos. A imunidade acompanha o envelhecimento da pessoa e, consequentemente, esta condição facilita que a doença, de certo modo, apareça com maior gravidade", explica o especialista.


Conscientização


O médico acrescenta que a falta de hábitos relacionados à prevenção na terceira idade aumenta as chances de contaminação. Infectados, os idosos precisam enfrentar os sintomas complexos da doença e também o preconceito, principalmente, de familiares e amigos, já que a Aids continua a ser bastante estigmatizada pela sociedade.


"Muitas pessoas pensam que nunca serão acometidas pela doença, acham a Aids um problema distante. Elas sofrem muito, pois precisam conviver com a repercussão do que aconteceu. É um impacto social enorme que envolve também a questão da sexualidade na terceira idade, algo ainda não muito discutido", enfatiza Anastácio Queiroz.


Para o infectologista, a realização de campanhas informativas é um dos caminhos mais eficazes para se combater a Aids na terceira idade. "Elas devem ter consciência de como se proteger e resguardar a sua saúde", afirma.


Sexualidade


O comportamento ligado à sexualidade entre os idosos é um dos fatores que pode influenciar no aumento dos casos de Aids neste público. Contudo, a utilização de preservativos, uma das maneiras mais eficazes para se proteger da patologia, precisa acompanhar essas possíveis mudanças, segundo Ana Lúcia Gondim, presidente da Associação Cearense Pró-Idosos (Acepi).


"A incidência da Aids entre essas pessoas se torna ainda mais grave porque elas não foram acostumadas a usar preservativos, pensam que o método é apenas para evitar gravidez, assim, relaxam no cuidado".


Ana Lúcia relata que o primeiro passo para medidas de proteção efetivas é desmistificar a relação sexual na terceira idade. A partir dessa ideia, torna-se mais forte o trabalho de alerta para as prevenções contra a Aids e diversos tipos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).


"A doença é acompanhada de muito preconceito, pois é vinculada à sexualidade. O idoso sofre duplamente, já que a sociedade ainda reluta em aceitar que ele tenha vida sexual. Acredito que as campanhas devem também ter este foco", destaca.


Uma dessas iniciativas, cujo objetivo é orientar este público sobre a importância de ter uma vida sexual segura, está sendo realizada pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Regional III. Os idosos participam de um Ciclo de Palestras sobre as Doenças Sexualmente Transmitidas (DSTs). O próximo encontro acontecerá dia 28 deste mês, no bairro João XXIII. 

Copilado do Diário do Nordeste

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