O
reflexo aparece no sistema de saúde e na Previdência Social, com gastos
volumosos com acidentados do trânsito
O
número de mortes em acidentes de trânsito só cresce a cada ano. Estatísticas
apontam que, entre 2002 e 2010, 14.934 pessoas morreram vítimas de acidentes de
trânsito somente no Ceará, conforme o Sistema de Informações de Mortalidade
(SIM), do Ministério da Saúde. Além do
dano físico, que em alguns casos é irreparável, o reflexo aparece no sistema de
saúde e na Previdência Social, gerando prejuízos aos cofres públicos. Com o
objetivo de chamar a atenção da população para essa dura realidade foi
realizado, sábado, no Centro Dragão do Mar, ato em memória às vítimas.
Cruzes
representando os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal simbolizaram as
40.610 vidas perdidas para o trânsito em todo o Brasil em 2010. Maxuel Ribeiro,
presidente do Instituto de Defesa da Cidadania (Ibradec) explica que o intuito
é sensibilizar a população para a problemática das mortes no trânsito. "Os
acidentes ocupam a 10ª posição no ranking de mortes no Brasil", ressalta.
Informa ainda que em torno de R$ 28 bilhões são gastos por ano com as vítimas
de acidentes de trânsito.
O
evento contou com apoio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), SAMU, 192,
Polícia Rodoviária Estadual, Cruz Vermelha e da Federação de Moto Clubes e Moto
Grupos do Ceará. Para encerrar o ato, uma celebração ecumênica foi realizada no
Aterro da Praia de Iracema.
Jaime
Ferreira, diretor de comunicação da Cruz Vermelha, há 34 anos pilota motos e
conta que nunca se acidentou. Sensibilizado com a causa, ele lamenta os dados
alarmantes e diz que a ideia da campanha é buscar diminuir o número de
acidentes.
Referência
no atendimento de traumas, o Instituto Doutor José Frota (IJF) chega a atender,
mensalmente, aproximadamente 600 acidentados só de motos, segundo informações
do coordenador de Urgência e Emergência da Sesa, Alex Mont´Alverne.
São
pacientes com quadro grave de saúde. Geralmente, eles sofrem fraturas expostas,
traumatismo crânio encefálico e traumatismo de coluna com lesão neurológica,
podendo deixar a vítima paralítica. Além do risco de morte, grande parte dos
acidentados fica com sequelas.
Mont´Alverne
comenta que um paciente vítima de acidente de trânsito em estado grave passa,
no mínimo, 30 dias internado. Com ele, é gasto em torno de R$ 45 mil, somando
com o custo das cirurgias. "Se tirássemos os acidentados de motos,
esvaziaríamos as macas do José Frota", salienta o coordenador da Urgência
e Emergência da Sesa.
Meta
No
ano passado, os ministérios da Saúde e das Cidades assinaram o Pacto Nacional
pela Redução dos Acidentes no Trânsito - Pacto pela Vida. A meta é reduzir o
número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez
anos, como adesão ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito
(2011-2020), recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com a
coordenação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em
setembro deste ano, foi realizado, em Fortaleza, o Seminário Responsabilidade
no Trânsito em Prol da Vida, uma parceria da Sesa com o Ibradec, durante o
Fórum Brasileiro de Valorização e Preservação da Vida no Trânsito (Fortran
2012).
LUANA
LIMA
REPÓRTER
Copilado
do Diário do Nordeste
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