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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Governo gastará R$ 8,43 bi para incentivar a economia


O pacote lançado ontem, que está sendo chamado de PAC Equipamentos, tem como foco compras governamentais
Brasília. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo vai gastar R$ 8,43 bilhões em compras governamentais para estimular a economia brasileira. Os recursos fazem parte do PAC Equipamentos - Programa de Compras governamentais. As aquisições, disse o ministro, serão concentradas no segundo semestre de 2012. "Vamos continuar com políticas de estímulo ou políticas anticíclicas", afirmou Mantega ontem durante o evento que anunciou o estímulo, no Palácio do Planalto.
Parte do montante que será gasto pelo governo no PAC Equipamentos já estava prevista no Orçamento de 2012.
Para chegar aos pouco mais de R$ 8 bilhões previstos para as compras serão liberados R$ 6,611 bilhões adicionais por meio de Medida Provisória, segundo informou o ministro. "Com isso, o PAC total de 2012 subirá de R$ 42,6 bilhões para R$ 51 bilhões. É o maior PAC que já fizemos e vamos procurar implementá-lo integralmente", disse Mantega.
Ações contra a seca
Dentro do projeto de aquisições do governo está a compra de 8 mil caminhões a um custo total de R$ 2,280 bilhões. Os veículos seriam usados em ações contra a seca, para reequipar as Forças Armadas e em municípios com problemas de clima.
As compras, estimou o ministro, representariam 8,4% da produção do setor de caminhões no segundo semestre do ano.
Agricultura
Na lista de compras também estariam previstas 3 mil patrulhas agrícolas (tratores e equipamentos agrícolas) com o objetivo de aumentar a produtividade da agricultura. Essas patrulhas representam 20% da produção do setor, segundo Mantega, que classificou o estímulo de "importante" neste momento.
Mantega disse ainda que o governo comprará 3.591 retroescavadeiras e 1.330 motoniveladoras. O custo das compras das retroescavadeiras é de R$ 650 milhões e das motoniveladoras, de R$ 638 milhões.
"O objetivo é melhorar as estradas e ajudar o escoamento da produção dos municípios".
Perfuração de poços
Também fazem parte do projeto a aquisição de 50 perfuratrizes para perfuração de poços em regiões afetadas pela seca, no valor de R$ 13,5 milhões.
Saúde

Para a Saúde, serão compradas 2.125 ambulâncias a um preço estimado de R$ 326 milhões, e 1.000 furgões odontomóveis, por R$ 154 milhões. O programa também incluiu a aquisição de 160 vagões de trens urbanos, por R$ 721 milhões.
Polícias
Já as polícias Federal e Rodoviária Federal terão R$ 22 milhões para a compra de 500 motocicletas. Para o setor de Defesa, estão previstos 40 Blindados Guaranis por R$ 342 milhões e 30 veículos lançadores de mísseis por R$ 246 milhões. Segundo Mantega, os equipamentos militares correspondem a 100% da produção do setor. Para as escolas, serão adquiridos 8.570 ônibus por R$ 1,714 bilhão, número equivalente a 36% da capacidade produtiva do setor no País. Outros R$ 456 milhões serão destinados à compra de 3 milhões de peças de mobiliário escolar.
Mecanismos sem restrição
A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil possui "mecanismos para enfrentar a crise" e disse que o governo vai "usá-los sem nenhuma restrição".
"Não podemos ter a soberba de achar que podemos brincar à beira do precipício ou tomar medidas que seriam mais fáceis em tempos normais. Aventuras fiscais é a gente se comportar como se não tivesse acontecendo nada", afirmou Dilma durante discurso na cerimônia de lançamento do Programa de Compras Governamentais. "Nós não nos amedrontarmos mas não podemos fingir que nada está acontecendo", explicou a presidente. Dilma Rousseff afirmou que o Brasil vai tomar as medidas necessárias para proteger a produção e os empregos no País. "O Brasil será um dos países que resistirá a essa crise porque nós escolhemos um modelo de desenvolvimento que repousa sobretudo, sobre a força da economia brasileira, do mercado interno brasileiro, do empreendedorismo dos empresários brasileiros, e a força dos trabalhadores e trabalhadoras do País", disse.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Recurso público para compensar o privado
Ricardo Eleutério Rocha
Economista e professor
Nesse momento de crise, os investidores privados botam o pé no freio. Os números que vem sendo divulgados na economia confirmam essa tendência de queda. Então, o setor publico aumenta seus investimentos para compensar a queda nos privados. Esse foi o intuito das medidas anunciadas pelo governo.
Juntamente com as outras medidas que já tinham sido divulgadas, tudo isso está no âmbito do que se chama de política econômica anticíclica. O que estamos tendo agora é um ciclo de desaceleração da economia mundial, que tem causados impactos na economia brasileira. Então, a política econômica, fiscal e monetária de um governo podem atuar de forma anticíclica, procurando um caráter expansionista, baseado em estímulo monetário e fiscal ao aquecimento da economia.

O que o governo vem fazendo é oportuno, na medida em que todas as previsões sobre o PIB estão sendo revisadas para baixo. A ultima previsão do mercado (no boletim Focus) foi de 2,18%. Os números vêm mostrando desaceleração. Essa é a expectativa comum do mercado. E o governo dispõe de instrumentos para combater esse cenário. Já foram tomadas medidas de política cambial para puxar o dólar para cima e favorecer a indústria nacional e as exportações; houve também a redução do IPI para automóveis e linha branca; cortes na Selic que deixaram a taxa em 8,5%; dentre outras. A presidente Dilma, que é economista, vem salientando que tem um arsenal de medidas. E o ministro Mantega diz que o governo não hesitará em usá-las.
A indústria de transportes será a grande beneficiada com a compra de 8,5 mil ônibus no valor total de R$ 1,7 milhões.
Fonte Foto: AGÊNCIA BRASIL

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