Em 2011, foram usados mais
de R$ 5,3 milhões para pagar despesas de hospitais e remédios para
motociclistas.
No Ceará, o custo de
internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) cresceu 196%, segundo levantamento do Ministério da Saúde. O Estado foi o
segundo do Nordeste que mais gastou, entre 2008 e 2011, passando de R$ 1,8
milhão para R$ 5,3 milhões. O aumento dos custos é uma consequência das
internações, que passaram de 1.809 para 5.129 vítimas no mesmo período.
O
número de mortes por esse tipo de acidente também cresceu. Foram 533, em 2008,
e 701, em 2010.
No Brasil, o gasto com
atendimentos a motociclistas em 2011 foi 113% maior do que em 2008, passando de
R$ 45 milhões para R$ 96 milhões. Já o número de internações subiu de 39.480
para 77.113 no mesmo período. Outro número que aumentou foi o de mortes: 21%.
Em 2008, foram 8.898 óbitos, e em 2010, 10.825. Na região Nordeste, o maior
aumento nos gastos foi em Pernambuco, com 1.286%, seguido de 157% no Rio Grande
do Norte e 114% em Sergipe.
Para o secretário de Saúde
do Estado, Arruda Barros, o aumento dos números não é um problema apenas do
Ceará, mas de todo Brasil. "Investir em campanhas de educação é
fundamental para a diminuição de internações e mortes causadas por
motocicletas, mas nem todos os municípios trabalham com rigidez nesse
ponto", acrescenta Barros. De acordo com o secretário, o custo com
pacientes acidentados com motocicleta é um dos mais altos, tendo em vista o
tempo que precisam passar internados, além da necessidade de medicamentos caros
e cirurgias complexas, devido às sequelas e traumatismos causados por esse tipo
de acidente. "O trabalho de conscientização no trânsito é da sociedade
civil, das entidades educacionais e dos órgãos de segurança. Porém, trabalho
nenhum adianta se a população insistir em bebidas alcoólicas e no não uso do
capacete", afirma. Para isso, Arruda Bastos declara que a fiscalização
deve ser rígida não apenas na Capital, mas também nos municípios.
Perigo
Entre os anos de 2005 e
2012, houve um acréscimo de 500 mil motos nas ruas de Fortaleza, segundo o
Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ciente do crescimento, o órgão tem
procurado desenvolver campanhas específicas de educação, advertindo que esse
meio de transporte requer cuidado e atenção dobrados. Também alerta sobre uso
capacete e o perigo de ultrapassagens e ingestão de bebidas alcoólicas.
Semanalmente, o Detran registra cerca de 300 pessoas flagradas conduzindo motos
sem habilitação.
Com o objetivo de trabalhar
as questões preventivas relacionadas ao tráfego de veículos, o Detran
beneficiou 25 mil crianças com ações da Escola de Educação para o Trânsito. De
acordo com o órgão, a indisciplina no trânsito é uma questão cultural, e a
conscientização deve começar desde cedo.
LÍVIA LOPES
REPÓRTER
Copilado do Diário do Nordeste
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