Ernst & Young aponta que
o País continua atrativo e é capaz de desenvolver todas as modalidades de
energia.
Apesar dos desafios ainda
enfrentados pelo setor de energia eólica, que o mercado acredita ser
passageiro, mas compensados pelo momento de crescimento pelo qual deverá passar
a área de energia solar daqui por diante, o Brasil continua na nona posição do
Renewable energy country attractiveness index, ranking da consultoria Ernst
& Young sobre os países mais atraentes para receber investimentos em
energia renovável.
Conforme a empresa, o setor
de energia solar teve um grande impulso no primeiro trimestre de 2012.
Com a
nova regulamentação, prevista para ser implementada ainda este ano, as
concessionárias serão elegíveis a um desconto de 80% em impostos pagos para
distribuir eletricidade gerada pelo sol. Além disso, já foi anunciado que
projetos da área poderão recorrer a empréstimos com taxas mais baixas que as
normais.
Por outro lado, o setor de
energia eólica no Brasil - que vinha sendo responsável pela atratividade de
investimentos no setor - teve uma queda no índice elaborado pela multinacional
de auditoria e consultoria. O motivo foram as indicações de adiamento, feitas
no início do ano, de quase todos os projetos de até 1 GW assegurados no leilão
do ano passado. Em 2012, diversos leilões previstos para acontecer já foram
remarcados. "Apesar dos obstáculos no setor eólico - que acreditamos ser
passageiro -, o Brasil continua extremamente atraente para investimentos em
energias renováveis", avalia Luiz Claudio Campos, sócio de Transações da
Ernst & Young Terco. "Ao mesmo tempo em que o País perdeu uma posição
no ranking de energia eólica, ele subiu um lugar no de energia solar, o que
mostra que estamos preparados para desenvolver todas as modalidades",
afirma.
Cenário global
Em todo o mundo, os fluxos
de investimentos em energias limpas no primeiro trimestre de 2012 caíram, e o
resultado do período foi o mais fraco desde 2009. A previsão de curto e médio
prazo para o setor é pessimista, já que os problemas de dívida soberana na Zona
do Euro e a crescente competição imposta por fabricantes asiáticos devem
continuar como o centro das preocupações de políticos europeus. Além disso, o
crescimento do gás de xisto e a resistência política à extensão de benefícios
fiscais ainda representam desafios para o mercado dos EUA. No entanto, há boas
razões para otimismo no longo prazo.
O relatório da Ernst &
Young atribui pontos para o mercado de energia, infraestrutura de energia
renovável e sua adequação para tecnologias individuais em 40 países. Embora os
cinco primeiros colocados continuem os mesmos do trimestre anterior, todos
perderam pontos no ranking atual. "O crescimento do setor de energia
eólica na China continua sufocado por um acesso insuficiente aos grids de
conexão, enquanto um cenário de desacelaração parece ter retornado aos EUA como
resultado de incertezas sobre a expiração de programas de incentivo. Na Alemanha
e na Itália, cortes de tarifa e desafios relacionados aos grids de conexão de
energia têm reduzido a atratividade no curto prazo, enquanto o fim de um
importante benefício fiscal na Índia deve prejudicar o crescimento do setor
eólico neste ano", afirma Ben Warren, sócio líder de Energia e Meio
Ambiente. "Por outro lado, diversos países, incluindo México e Chile,
anunciaram novos objetivos em geração de energia limpa ou reafirmaram o apoio
do governo com incentivos".
Para analisar o impacto
sobre os negócios, a Ernst & Young conduziu uma pesquisa global com 100
companhias que valem US$ 1 bilhão ou mais e operam em setores de energia
intensiva para identificar seus desafios estratégicos.
ANCHIETA DANTAS JÚNIOR
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