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quarta-feira, 20 de junho de 2018

Mundo teve 68,5 milhões saindo de suas cidades natais

Genebra. O número de pessoas forçadas a deixarem suas casas por causa de conflitos, perseguição ou violência bateu mais um recorde em 2017, chegando a 68,5 milhões, segundo o relatório "Tendências Globais 2017" do Acnur.

O aumento - de 2,9 milhões de pessoas em relação ao ano anterior- foi o maior registrado na história, e deve-se principalmente à limpeza étnica da minoria rohingya em Mianmar, que levou 655,5 mil a se refugiarem em Bangladesh, e a conflitos no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, que resultaram em centenas de milhares de refugiados e deslocados internos (dentro do próprio país). "Isso acontece por causa de conflitos que perduram, pressão sobre civis vivendo em países em guerra, e crises novas ou que se agravaram como os rohingya (de Mianmar), venezuelanos e a República Democrática do Congo", disse o alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi.
Países pobres
O maior contingente de deslocados continua a ser de sírios: 12,6 milhões no fim de 2017, sendo 6,3 milhões de refugiados, 146,7 mil aguardando processo de refúgio e 6,2 milhões deslocados internos.
Afeganistão (2,6 milhões), Sudão do Sul (2,4 milhões), Mianmar (1,2 milhão) e Somália (986.400) vêm a seguir.
A Acnur passou a contabilizar crianças e menores desacompanhados, relatando que 45.500 entraram com pedido de refúgio em 2017, embora o órgão afirme que o número está muito provavelmente subestimado.
Entre os países ricos, só a Alemanha está entre os dez países que mais recebem refugiados.
"Países pobres ou de renda média recebem 85% desses 68 milhões, um fato muito significativo para derrubar essa ideia de que a crise dos refugiados é do mundo rico, não é , é uma crise do mundo pobre", disse Grandi.
Brasil
O Brasil é o sexto país em acúmulo de pedidos de refúgio acumulados: 85.746. O Conare, órgão do governo encarregado da questão, não tem conseguido dar fluxo ao processo. Com isso, o número de refugiados reconhecidos no País passou de 9.689 para 10.264 em um ano. Ou seja, apenas 575 pessoas conseguiram ter o status reconhecido.
Mas o Brasil acolhe grande número de pessoas sob a rubrica "outras pessoas dentro do escopo do Acnur", aqueles que pedem residência temporária por dois anos, pois o processo de refúgio é moroso. De 22.930 em 2016, passaram a 52.341. Em 2017, o Brasil ampliou o acordo de residência do Mercosul a cidadãos de países não fronteiriços - o que beneficia os venezuelanos.

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