Seja bem vindo...

Páginas

quinta-feira, 21 de junho de 2018

CE: greve derruba faturamento de 50% das indústrias

Mais de 70% das indústrias cearenses ainda enfrentam problemas com redução da produção após a greve dos caminhoneiros, ocorrida no fim do mês de maio. Estudo feito pelo Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) aponta que, no Estado, 46,4% das empresas pesquisadas apresentaram uma redução da produção acima de 25% durante a greve dos caminhoneiros. Destas, 11,5% tiveram interrupção total das suas atividades.

A pesquisa mostra ainda que 50,9% das empresas registraram redução do faturamento acima de 25%, também no período da paralisação nacional.
O estudo aponta também que, durante a greve, 61,1% das indústrias tiveram dificuldades para efetuar os pagamentos da folha salarial. Outras 68,5% alegaram problemas para honrar os tributos do mês.
Ainda, 64,7% reduziram o investimento planejado e 94,6% alegaram dificuldades para aquisição de insumos.
Com o tabelamento do frete, 42% das empresas identificaram aumento acima de 10% dos custos totais com insumos de produção. Já 41,3% perceberam aumento acima de 25% do custo médio do frete, com 31,5% deles terem tido aumento entre 100% e 150% no escoamento. Por fim, 52,9% das indústrias cearenses projetam redução acima de 10% no volume de vendas.
A pesquisa foi feita com 118 empresas, no período de 14 a 18 de junho e divulgada ontem.
De acordo com o economista do Núcleo de Economia e Estratégia da Fiec, Antonio Martins, há duas vertentes de impacto que o estudo busca mostrar: durante a greve e após a paralisação, traçando um paralelo com os efeitos desencadeados.
"Podemos dividir em dois momentos. (Primeiro) O impacto direto da paralisação, muito forte na semana da greve, foi a redução na produção e faturamento das empresas locais; e o efeito de médio prazo, pois 70% das empresas ainda indicam redução do rendimento planejado. O encarecimento do frete gera incertezas que, apesar de a greve ter sido de uma semana, tem efeitos de médio e longo prazo para a economia do Estado", avaliou.
Na opinião do economista, os efeitos ainda serão melhor visualizados no cálculo trimestral do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, contabilizando abril-maio-junho. Além disso, indica que não é ainda possível prever até quando a economia será afetada pelos ecos da greve.
"A perceber pela redução de investimentos, inclusive a possível perda de competitividade da indústria, pode ter um efeito mais prolongado. Vai depender muito dos efeitos do tabelamento do frete, algo que continua incerto, pois os sindicatos estão lutando contra a medida provisória, mas a gente acredita que é um efeito que vai se prolongar ao longo do ano".
Competitividade
Martins alerta para uma possibilidade de o Ceará perder competitividade ante a outros centros produtores do País. "O ponto é que boa parte dos principais mercados consumidores da indústria cearense está no Centro-Sul. Com essa distância dos principais mercados consumidores, com os insumos comprados também do Centro-Sul, a gente acaba sendo mais afetado com o tabelamento do frete", frisou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário