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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

21% dos mortos no Ceará são jovens

No Ceará, 21,6% dos homicídios registrados em 2015 tiveram como vítimas pessoas com menos de 19 anos de idade. Em números absolutos, um total de 900 jovens, adolescentes e crianças nessa faixa etária morreram assassinados, dado que coloca o Estado em terceiro lugar na lista das unidades da federação com os piores desempenhos no relatório "A criança e o adolescente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", que será divulgado hoje (12) pela Fundação Abrinq.

A informação faz parte da análise de indicadores referentes ao objetivo 16, que trata da promoção de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. Alarmantes, as estatísticas cearenses se equiparam às de estados como Rio de Janeiro (1.002), São Paulo (839) e Minas Gerais (861). Com 1.223 casos, a Bahia foi o local com o maior número de homicídios entre menores de 19 anos.
O Ceará também ocupa posição preocupante em outros três indicadores analisados no documento da Fundação Abrinq. Além do baixo desempenho em números absolutos, o Estado atingiu taxa de homicídios de menores de 19 anos igual a 31 registros por 100 mil habitantes, a quinta pior do País.
Causas externas
Já no estudo sobre as taxas de óbitos de menores de 19 anos por causas externas, que incluem violência urbana e acidentes de trânsito, o Ceará teve a quarta pior colocação, com 49,7 mortes por 100 mil habitantes.
A Fundação Abrinq analisou ainda a quantidade de internações hospitalares de menores de 19 anos por agressão. Nesse indicador, o Ceará contabilizou 2.465 casos em 2015, quinto pior desempenho nacional.
Os 17 Objetivos Sustentáveis do Milênio, os quais abrangem 169 metas, foram acordados em 2015, com expectativa de cumprimento até 2030. Para a administradora executiva da Fundação, Heloísa Oliveira, os resultados do relatório mostram que o País, está longe de atingir o objetivo 16.
"Para que a gente de fato consiga vencer esse desafio e, até 2030, ter de fato uma sociedade de paz adequada para nós vivermos, muito precisa ser feito em termos de política pública", diz.
Heloísa destaca que o homicídio é o ponto extremo da violência. Antes disso, conforme a administradora, ainda há situações como maus tratos, agressões e outros casos que não chegam a ser contabilizados.
"Tudo isso está muito ligado com as vulnerabilidades sociais nessas áreas, como as condições em que as famílias vivem e o uso de drogas, por exemplo", afirma. "A violência não é um fenômeno apenas de segurança pública, é um fenômeno social que precisa ser tratado com políticas sociais de proteção, políticas educacionais e de criação de espaços de lazer", completa.

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