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terça-feira, 17 de outubro de 2017

UPAs já realizaram 5,7 milhões de atendimentos em cinco anos

Em novembro de 2011, o Governo do Estado inaugurava a primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Ceará, em Maranguape. Hoje, quase seis anos depois, a rede possui 23 construídas pelo Estado, que, de janeiro a agosto deste ano, realizaram 1,4 milhão de atendimentos, conforme a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Nesse tempo, mais oito equipamentos foram implantados por gestões municipais - cinco em Fortaleza, uma em Camocim, uma em Granja e outra em Caucaia, entregue no último sábado.

Na Capital, as nove UPAs administradas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) contabilizaram 5,57 milhões de atendimentos de 2012 ao último dia 1º de outubro. As unidades dos bairros Autran Nunes e do Canindezinho lideram os atendimentos, com 791.369 e 714.696 assistências, respectivamente. A primeira instalada na cidade, a da Praia do Futuro, em março de 2012, realizou 675.978 atendimentos.
As UPAs 24h podem resolver problemas como pressão alta, febre, cortes, queimaduras, alguns traumas e receber o primeiro atendimento para infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Nelas, os pacientes passam por triagem e recebem uma classificação de risco organizada por cores: vermelho (emergência), laranja (muito urgente), amarelo (urgente), verde (pouco urgente) e azul (não urgente). Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, em média, 97% dos casos são solucionados nas próprias unidades.
Conforme a diretora de Gestão e Atendimento das UPAs, Camila Machado, cerca de 55% dos acolhimentos nas unidades é de risco verde - mal estar, dor de cabeça, doenças respiratórias, que poderiam ser atendidas em postos de saúde. Já os casos gravíssimos, de emergência, representam apenas 1%, motivados geralmente por AVCs ou ferimentos causados por armas de fogo e armas brancas.
Para o coordenador de Hospitais e Unidades Especializadas da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), Romel Araújo, as UPAs ajudaram a desafogar os hospitais de média e alta complexidade. Contudo, o maior gargalo dos equipamentos, hoje, seria "solidificar as linhas de cuidado e diminuir o tempo de permanência das pessoas na unidade, para ficarem no máximo durante 24h".
"A população procura a primeira porta de entrada da saúde, daí recebemos um grande número de pacientes que não são do perfil das UPAs. Alguns continuam internados enquanto aguardam transferência para outras unidades", explica.
Segundo Camila Machado, 2% dos casos mensais recebidos nas UPAs pedem transferência para unidades especializadas, "mas nem sempre a rede consegue absorver".
Estrutura
A advogada Laciana Lacerda, membro da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) e do Conselho Estadual de Saúde (Cesau), entende que as UPAs trouxeram avanços para o acesso à saúde, mas de forma precária. "Elas funcionam como unidades hospitalares, mas sem a estrutura correta. A população tem recorrido a elas em casos que poderiam ser atendidos em unidades básicas".
Outro agravante, segundo a presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Mayra Pinheiro, é o maior volume de pessoas que tem procurado o Sistema Único de Saúde (SUS) após cancelarem planos de saúde particulares devido a dificuldades financeiras. "É uma evasão enorme. Se não estavam dando acesso à saúde com qualidade, imagine com esse incremento, que traz sobrecarga tanto para os serviços ambulatoriais quanto para a distribuição de medicamentos".
De acordo com Romel Araújo, esse crescimento é notado tanto nas UPAs quanto em Frotinhas e Gonzaguinhas. Segundo ele, a SMS tem trabalhado no intuito de ampliar a oferta de leitos na Capital. Já para Laciana Lacerda, é mais econômico e viável fortalecer a promoção da saúde e a prevenção nos postos comunitários do que tratar as enfermidades nas redes de média e alta complexidade.

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