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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Taxa de aquisição de veículos do CE é maior que a do Nordeste

A evolução da frota de veículos de uma determinada cidade ou estado é utilizada como um dos parâmetros para se pensar em políticas públicas de mobilidade urbana. Nesse contexto, entre os anos de 2011 e 2016, o Ceará viu sua taxa de motorização passar de 22,83 veículos para cada 100 habitantes para 32,45 unidades. O total é maior que a taxa de toda a Região Nordeste, que no ano passado ficou em 28,08 veículos para cada grupo de 100 pessoas e menor que a média nacional, de 45,55.

Os dados são do informe "Análise comparativa da taxa de motorização do Ceará, Nordeste e Brasil - 2011 a 2016", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Com uma frota de aproximadamente 3 milhões de veículos em 2016, cerca de 50% superior ao montante de 2011, o Ceará aparece com a 3ª maior taxa entre os estados nordestinos, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte e do Piauí.
Entre os municípios do Ceará, Ipaumirim, Pereiro, Tabuleiro do Norte, Limoeiro do Norte e Guaramiranga obtiveram os maiores índices em 2016. A taxa de motorização é calculada dividindo a frota de veículos pela população de certa área geográfica, tendo como base números do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da estimativa da população anual, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No levantamento está incluso como frota total os automóveis, bondes, caminhões, caminhão-trator, caminhonete, camioneta, ciclomotores, motocicletas, ônibus, entre outros.
É a motocicleta, no entanto, quem mais influência nesse crescimento em todo o País. No Ceará, o número de motocicletas cresceu 34,68% no período pesquisado, passando de 838 mil unidades em 2011 para 1.2 milhão no ano de 2016. Ainda de acordo com o informe, em apenas 11 cidades cearenses, o equivalente a 5,9% do Estado, a frota de carros é superior a de motocicletas, entre elas, Fortaleza, que detém mais de 50% da frota de veículos de todo o Ceará.
Renda
Para o Ipece, o acesso ao crédito facilitado e o aumento da renda das classes "D" e "E" estão entre os fatores que contribuíram para o aumento da taxa de motorização, mas chama atenção para a predominância do automóvel como meio de transporte, com consequências ligadas à degradação da qualidade de vida da população.
Segundo Mário Ângelo Azevedo, professor do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), o problema não é ter carro e sim a sua utilização para todo e qualquer tipo de deslocamento, causando aumento dos congestionamentos e da poluição atmosférica. "Tem cidades no mundo com motorização muito maior mas que talvez não tenham os problemas daqui. Na Europa, a taxa deve ser mais alta, mas lá as pessoas usam mais o transporte público", considera.
Além do controle do uso do veículo privado, ampliar os espaços de utilização do transporte público deve ser o foco das atuais políticas públicas de mobilidade, na avaliação do professor. "Não tem mais como se abrir vias e fazer viadutos, não há espaço e dinheiro, além de que isso não terá fim se formos por esse caminho", diz.

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