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quinta-feira, 27 de julho de 2017

CE soma 1,5 mil ataques de animais peçonhentos

Os acidentes envolvendo animais peçonhentos no Ceará continuam chamando atenção pela incidência. Somente em 2017, segundo relatório das doenças de notificação compulsória emitido pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 1.585 casos do tipo foram confirmados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação Compulsória (Sinan), do Ministério da Saúde, o equivalente a uma média mensal de 264 casos. Destes, dois resultaram em óbitos, nos municípios de Barreiras e Russas.

Em 2016, o registro chegou a 4.081 acidentes com nove mortes confirmadas. Para evitar a fatalidade nas estatísticas, a prestação decorrente do serviço de saúde de forma correta é essencial, por isso, a Sesa deu início, ontem, a II Capacitação sobre Diagnóstico e Tratamento de Animais Peçonhentos. O objetivo é capacitar médicos e enfermeiros do no diagnóstico e tratamento de vítimas de serpentes, escorpiões, aranhas e abelhas.
Mesmo se tratando de ocorrência evitáveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu os acidentes com animais peçonhentos, especialmente as cobras, na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem, na maioria dos casos, populações pobres em áreas rurais. O agravo foi incluido na Lista de Notificação de Compulsória do Brasil em 2010 pelo elevado número de notificações no Sinan.
Essa classificação é importante por garantir recursos ao programa de combate e assistência hospitalar, segundo esclarece o assessor técnico do Núcleo de Controle de Vetores da Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde (Nuvet/Coprom), Relrison Dias. "Quando a OMS inclui o agravo dentro de uma doença negligenciada isso é bom para o programa porque vem recurso e com isso temos melhorias tanto na parte de assistência médica quanto na da vigilância dos acidentes", destaca.
Ocorrência
Os escorpiões, segundo detalha, lideram as ocorrências no Ceará, especialmente no ambiente urbano. Já os acidentes com serpentes, que rende cerca de 800 a 900 notificações ao ano, fica na 2º posição, acometendo mais a região rural. A proliferação dos aracnídeos, acrescenta o assessor técnico, é facilitada pela rede de esgoto e saneamento das grandes cidades.
"Tendo em vista que os escorpiões gostam de lugares sujos devemos limpar nossa residência, fazer um remanejo ambiental, retirar todos os abrigos e assim controlar a população de escorpiões", explica Relrison Dias.
O consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Flávio Santos Dourado, chama atenção, no entanto, para a dificuldade no diagnóstico ainda existente em todo o Brasil, devendo os casos serem investigados com cautela para não atrapalhar no tratamento.
"Temos estimado que 10% dos soros que são utilizados nos tratamentos são registrados no Sinan de forma incorreta. A gente não sabe se é um problema de registro ou se a pessoa que atendeu o paciente acabou ministrando um soro errado", diz ele, que alerta ainda para notificações erroneamente definidas como sendo de um animal peçonhento.

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