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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Atividade física das mães tem influência na obesidade dos filhos

Mais do que informações genéticas misturadas, espermatozoides e óvulos levam no momento da fecundação - e posteriormente -, as peculiaridades e características relativas ao estilo de vida dos pais.
Ciente dessa realidade, doutorandos do Laboratório de Morfologia da Biologia Experimental e Humana da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) desenvolvem uma pesquisa pioneira no Brasil para detectar a importância da prática de atividade física de mães no processo de geração de filhos saudáveis, mesmo que os pais sejam sedentários, obesos ou portadores de diabete.

Ainda em fase embrionária, os primeiros resultados da pesquisa desenvolvida pela UERJ indicam que mães com rotina de exercícios físicos ao longo da vida - antes de engravidar e durante a gestação – poderiam desprogramar a herança da obesidade paterna nos filhos.
Usando camundongos como parâmetro para o levantamento, os pesquisadores constataram que os filhos de mães que praticavam atividade física nasceram com peso mais baixo, se comparado com as crias de famílias com pais e mães sedentários.
Preliminarmente, também se constatou que a prática regular de exercícios se mostrou eficaz no aumento da temperatura corporaldos filhotes.
“O trabalho é uma novidade por mensurar a influência da atividade física das mulheres que se exercitam antes e durante a gravidez, independentemente do grau de sedentarismo do pai”, admitiu a pesquisadora da Uerj Renata Tarevnic.
Para ela, os dados são preliminares e são necessários estudos mais amplos a respeito.
“O que queremos com a pesquisa é justamente provar que a mãe pode, de fato, ao praticar atividade física, anular a carga genética negativa decorrente do sedentarismo dos pai”, afirmou a pesquisadora.
Objetivo
A pesquisa foi iniciada após a constatação de que não havia estudos sobre a relação entre a herança genética decorrente da obesidade e do sedentarismo paterno e materno assossiados.
Professora de Educação Física, Renata Tarevnic, membro do Laboratório de Morfologia da Biologia Experimental e Humana da Universidade Federal, lembrou que já é sabido que a herança genética dos pais obesos pode gerar filhos com doenças metabólicas e hipertensivas.
“Em relação a mãe e ao pai já se tem comprovação científica. Porém, a utilização do exercício como profilaxia somente agora estamos começando a estudar. O estudo abre possibilidade para o fato de que o estilo de vida do pai e da mãe pode ser lembrado pelos gametas e transferido ao embrião, impactando o desenvolvimento da criança e o posterior risco de doenças. Os filhos, portanto, são afetados pelo estilo de vida de ambos os pais e não apenas da mãe grávida.”
De acordo com a pesquisadora, o objetivo agora é provar que a mãe pode vir a suprir o sedentarismo do pai. 
A pesquisa também vai procurar detectar se os indivíduos que deixam de lado a prática de atividade física e cuidados alimentares com o casamento apresentam mais dificuldades em gerar seus filhos.
A pesquisa
O estudo é realizado inicialmente em mais de 100 camundongos com a mesma idade, segmentados de acordo com o peso e estrutura corporal em quatro grupos: mães sedentárias com controle alimentar, mães que praticam uma hora de natação três vezes por semana, pais obesos com alimentação rica em gordura e pais com controle alimentar.
A pesquisa experimental foi dividida em quatro fases e já está na terceira etapa. Na primeira, houve uma revisão de materiais já publicados, enquanto a segunda se baseou na escolha do animal segundo protocolo criado para o desenvolvimento da mesma.
A fase seguinte é onde ocorre o experimento dos grupos durante três meses para posterior acasalamento e a gestação. Agora, os pesquisadores estão na fase da amamentação e do sacrifício dos filhotes para análise dos dados dos genitores. 
Em seguida, vem a da maturação dos filhotes sem exercício físico, do sacrifício para posterior análise e cruzamento dos dados.
A obesidade no Brasil e no mundo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, em 2025, o mundo terá cerca de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos.
No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. Alguns levantamentos revelam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. 
alimentar, os exercícios físicos são fortes aliados na mudança da condição corporal.
Entre crianças, esse percentual chegaria a 15%. Para além da alteração na rotina A avaliação dos pesquisadores é de que, para além do controle da obesidade, praticar exercícios físicos tem reflexos positivos no reforço da musculatura, do sistema cardiovascular e o aperfeiçoamento das habilidades atléticas. 
A prática estimula o sistema imunológico, ajuda a prevenir doenças cardíacas, moderam o colesterol, melhoram a saúde mental e ajudam a prevenir a depressão.

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