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segunda-feira, 19 de junho de 2017

Temer deve entrar com ações contra Joesley

Brasília O presidente Michel Temer vai processar o empresário Joesley Batista. O texto acusa Joesley de proteger "os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens" e os "grandes tentáculos da organização criminosa" que ele ajudou a forjar, numa referência aos governos do Partido dos Trabalhadores.

"O presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse senhor. Na segunda-feira (hoje), serão protocoladas ações civil e penal contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil", afirma o texto, acrescentando que o governo não será impedido de apurar e responsabilizar Joesley por todos os crimes que praticou, "antes e após a delação". 
A nota foi divulgada após a publicação de entrevista do empresário pela Revista Época em que ele afirma que Temer é "chefe de organização criminosa" e que "quem não está preso está hoje no Planalto".
O texto da Presidência afirma que Joesley é o "bandido notório de maior sucesso na história brasileira" e que ele "desfia mentiras em série" na entrevista. Segundo o Planalto, a maior prova das "inverdades" do empresário é a própria gravação que ele apresentou à Justiça e ao Ministério Público Federal em troca do perdão de crimes que somariam mais de 2 mil anos de detenção, conforme mostrou matéria do Estado publicada no início do mês. A nota cita que, na entrevista, Joesley diz que Temer sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram.
"Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário", completa.
De acordo com o texto, era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo e que, ao bater às portas do Palácio do Jaburu, disse que não se encontrava havia mais de 10 meses com o presidente e reclamou de ter portas fechadas na administração federal.
"Não foi atendido antes, muito menos depois". O Planalto admite que, na gravação, ao delatar o presidente, o empresário "confessa alguns de seus pequenos delitos" e alcançou com isso "o perdão por todos os seus crimes". O texto destaca que o grupo JBS obteve seu primeiro financiamento no BNDES em 2005, ou seja, na gestão petista.
Viagem a Rússia e Noruega
Na tentativa de passar uma mensagem de normalidade em meio ao acirramento da crise política, o presidente Michel Temer embarca hoje para a Europa, onde terá uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega em busca de mais comércio, investimentos e cooperação. Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso Nacional que reduzem as áreas de preservação ambiental.
Temer levará a Moscou, como sinal das intenções do Brasil de aprofundar suas relações com a Rússia, a notícia de que colocará em funcionamento um acordo para proteger da dupla tributação empresas que atuam nos dois países. "Esse acordo foi assinado em 2004, mas só passou no Congresso em maio deste ano", disse o gerente-executivo de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo. "Falta um decreto do governo brasileiro."
Na véspera do embarque, Temer gravou um vídeo em que, sem citar diretamente o empresário Joesley Batista, sócio do grupo J&F, defende punição a quem cometeu crimes.

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