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sexta-feira, 16 de junho de 2017

CE supera 230 mil MEIs neste ano; formalização avança 7%

Mesmo com a tímida recuperação de 1% na economia nacional no primeiro trimestre deste ano, o desemprego no Brasil continua aumentando e já atinge 14 milhões de trabalhadores. As dificuldades no mercado de trabalho, com menos vagas disponíveis em todos os setores, têm levado mais pessoas a abrir o próprio negócio. No Ceará, o número de microempresas formalizadas já cresceu 7% neste ano, de acordo com dados do Portal do Empreendedor, plataforma do governo federal.

O total de microempreendedores individuais (MEIs) saltou de 215.198, em janeiro deste ano, para os atuais 230.134 (até 31 de maio). O Estado deverá encerrar este semestre com o segundo melhor resultado da região Nordeste, atrás apenas da Paraíba, que já acumula crescimento de 7,2%. Na terceira posição, aparece o Rio Grande do Norte, com incremento de 6,8%.
O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios lidera o número de micros e pequenas empresas no Estado, com 25.157 negócios constituídos. Depois, aparece o segmento de minimercados, mercearias e armazéns (17.643), seguido pelos salões de beleza (15.957).
Segundo Alice Mesquita, articuladora da Unidade de Atendimento Integrado do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), o atual momento econômico do País está sendo responsável pelo aumento expressivo na quantidade de microempresas.
Ela afirma que grande parte das pessoas que estão abrindo o próprio negócio já tinha vontade de empreender. "Com a expressiva queda das vagas no mercado de trabalho, essas pessoas estão procurando o Sebrae para colocar o desejo de empreender em prática", diz.
Por outro lado, Alice lembra que planejamento é fundamental para quem busca a longevidade dos negócios. A gestora cita o programa "Começar Bem" do Sebrae, voltado a pessoas que querem transformar ideias em negócios. O programa oferece um conjunto de soluções no formato de palestra, oficina, curso e outros recursos como cartilha, guia visual, aplicativo e vídeo para auxiliar o empreendedor.
"Por conta da crise, muitos brasileiros estão passando a empreender, principalmente, por necessidade, porque não querem ficar sem renda. Mas sabemos que os negócios precisam ser abertos, acima de tudo, em razão das oportunidades identificadas no mercado", destaca.
Conforme Alice, em 2013, 70% dos brasileiros empreenderam por oportunidade e 30% por necessidade. No ano passado, os índices mudaram para 52% e 48%, respectivamente.
Faixa etária
Quanto ao total de MEIs por sexo, a distribuição é bem equilibrada no Ceará, sendo, praticamente, 50% dos empreendedores homens e 50% mulheres.
Em relação à faixa etária dos cearenses que possuem o próprio negócio, 31,7% (73.259) têm de 31 a 40 anos de idade, 24,4% (56.485) de 41 a 50 anos e 22,6% (52.285) de 21 a 30 anos. O restante (21,3%) é composto pelas seguintes grupos etários: 16-17, 18-20, 51-60, 61-70 e acima de 70 anos de idade.
"Percebemos que o grupo de 21 a 30 anos vem ganhando força. Muitos jovens estão, cada vez mais, começando a empreender ainda na universidade, terminando os cursos já com seus próprios negócios", observa Alice Mesquita, ressaltando as parcerias que o Sebrae mantém com as instituições de ensino superior, médio, fundamental e técnico. "Para este ano, estimamos que o crescimento do número de MEIs no Estado mantenha o ritmo atual, ficando de 7% a 8%", acrescenta.
Fortaleza
Atualmente, o Portal do Empreendedor mostra que 104.676 dos MEIs do Ceará estão concentrados em Fortaleza, o que representa 45,4% do total. Neste ano, o total de micronegócios formalizados já cresceu 6% na Capital cearense, conforme dados contabilizados até o último dia 31 de maio. No início de 2017, eram 98.732 microempresas.
Depois de Fortaleza, o município do Estado com o maior número de MEIs é Caucaia (9.627), seguido por Juazeiro do Norte (8.053) e Maracanaú (7.845). Sobral e Maranguape também ganham destaque, com 5.116 e 3.514 microempreendedores, respectivamente.
Vantagens
Microempreendedor individual é a pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário.Para ser um, é necessário faturar no máximo até R$ 60 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular.
O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Entre as vantagens está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
Além disso, o MEI é enquadrado no Simples Nacional e isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, paga apenas o valor fixo mensal de R$ 47,85 (comércio ou indústria), R$ 51,85 (prestação de serviços) ou R$ 52,85 (comércio e serviços), valores destinados à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS.
Com essas contribuições, o MEI tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença e aposentadoria, por exemplo. Para se formalizar, os interessados devem acessar o site www.portaldoempreendedor.gov.br.

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