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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Vendedores autônomos esperam ampliar lucro com o Dia das Mães

A aproximação do Dia das Mães está animando os trabalhadores do setor de vendas diretas ao mesmo tempo que as expectativas para o aumento dos negócios só melhoram. Os vendedores consideram maio com um dos meses mais movimentados no comércio de porta em porta.  
Segundo o último estudo de dimensionamento do mercado, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o volume de negócios de janeiro a setembro de 2016 foi de R$ 29,5 bilhões. Em relação ao número de empreendedores do setor, segundo a análise, as vendas diretas contabilizaram 4,3 milhões de profissionais autônomos atuantes. 
“Diante da grave crise econômica que impactou fortemente diversos setores, como foi o caso do varejo tradicional, consideramos positivo o fato das vendas diretas terem se mantido resiliente frente ao cenário adverso do ano”, explica Roberta Kuruzu, diretora executiva da ABEVD. 
De acordo com Kuruzu, o número de vendedores neste setor tem aumentado nos últimos dez anos. E, de fato, muitas empresas implementam estratégias neste momento de retração para conquistar mais pessoas que estejam dispostas a empreender. "Este mercado tem investimento baixo, possui baixo risco e não exige experiência", destaca. 
Potencial 
Atualmente, o Brasil é o sexto mercado de vendas diretas no mundo, segundo levantamento da World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA). Além disso, o País tem apresentado grande potencial para atrair novos segmentos e profissionais para o modelo. "As vendas diretas têm auxiliado milhões de pessoas que buscam alternativas de renda complementar e até mesmo renda principal. O setor tem contribuído para que diversos profissionais possam mudar seu estilo de vida, saindo do tradicional modelo corporativo de trabalho e proporcionado mais qualidade de vida”, salienta Kuruzu. 
De forma geral, a executiva avalia que a venda direta pode funcionar em qualquer lugar e que as vendedoras têm a vantagem de poder chegar antes ao cliente e se antecipar em relação a tendências e datas comemorativas. "Além de ser dono do seu próprio negócio e ter a facilidade de montar seu expediente de trabalho", finaliza. 
Rendimento médio   
Produtos de beleza e higiene pessoal da Natura, Avon e O Boticário, além de roupas e lingeries são alguns dos itens que estão na mala de trabalho da vendedora autônoma Marineide Martins de Freitas, 41. "As clientes me ligam pedindo e já tenho o produto em mãos", conta. Segundo ela, o vendedor de porta em porta precisa ter um estoque dos produtos que mais saem no dia a dia. 
"Costumo calcular quantos meses os clientes levam para usar o produto e já deixo disponível para eles", revela. Atualmente, ela possui entre 30 e 40 clientes por mês, o que rende, em média, cerca de R$ 1.500. Os meses de maio, agosto e dezembro costumam ser os melhores em virtude das datas comemorativas do Dia da Mães, Dia dos Pais e Natal. "As pessoas compram para dar de presente também", revela. 
Início 
Marineide começou na profissão há 20 anos. Antes, atuava como manicure, mas teve um problema de saúde que a afastou dos salões. "A venda é para quem gosta e é muito bom fazer contatos. Você conhece novas pessoas e faz amizades, além de poder ajudar", considera. 
Uma ferramenta tecnológica que tem ajudado na comercialização é o aplicativo Whatsapp, por meio do qual ela manda as imagens e os clientes escolhem os produtos. Entre os campeões de vendas, estão perfumes do O Boticário, como o Malbec, o Quasar e o Arbo. Na parte de lingerie, as peças com mais saída são nas cores preta, vermelha e amarela. Em relação às roupas, ela optou por focar  na moda evangélica.  
Para movimentar as vendas neste ano, Marineide pensa em criar os consórcios mensais com as clientes, o que aumenta a receita em cerca de 15%.  
Vida nova 
Há quase dois anos, a dona de casa Marleide Silva de Oliveira, 51, resolveu virar vendedora de produtos de beleza da Natura. Antes, cuidava do lar e ajudava o casal de filhos em atividades que eles não podiam fazer. Entre as alegrias da nova atividade, ela cita "conhecer pessoas e ouvir a satisfação de cada cliente conquistado". 
Seu foco é aumentar os clientes, que, hoje, são  cinco fixos por mês.  "Pode parecer pouco,  mas são superfiéis", comenta. Para trazer ainda mais comodidade e praticidade, e, como consequência, aumento nas vendas, Marleide implementou a máquina de cartões de débito e crédito. 
Sua mais nova ideia é o cartão fidelidade, que está passando por ajustes. "Estou muito entusiasmada com a minha ideia. Quero fidelizar cada vez mais os meus clientes", diz. A intenção é confeccionar alguns cartões onde anotará o que a pessoa comprou, entre perfumes e maquiagens, e na sexta compra, o cliente receberá um desconto. "Ainda estou amadurecendo a ideia, mas, a princípio, quero fidelizar os clientes que compram muito. Cliente conquistado se sente respeitado e importante. Ele sabe que pode contar com você", analisa.  
         
As ideias vieram da necessidade de expandir a lista de clientes, pois a vendedora sente dificuldade em conseguir novos compradores, apesar dos produtos que trabalha serem conhecidos. "Vendo muito essa parte de maquiagem e perfumes", diz. 
A vendedora também utiliza o recurso de pronta-entrega para não perder vendas, como já conhece o perfil de cada um, não deixa faltar os produtos que elas procuram. Ela ainda considera pouco o que ganha, mas utiliza boa parte do valor obtido para investir em novos projetos e realizar seu sonho de viajar para Portugal com o marido.

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