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terça-feira, 9 de maio de 2017

Terceira idade cada vez mais conectada

Imagina que todo o modo que você conhece de se comunicar muda. Para gerações inteiras isso aconteceu. A terceira idade, por exemplo, teve que deixar para trás antigos hábitos e embarcar na busca pelo aprendizado de como lidar com a internet.Nessa viagem, os idosos buscam trilhar um caminho de sucesso e estão cada vez mais conectados. Uma pesquisa de agosto de 2016 do Instituto Locomotiva indicou que, no Brasil, já são mais de 5,2 milhões de pessoas acima de 60 anos com acesso à internet, número que representa cerca de 21% da população idosa nacional.

Os idosos são os chamados nativos analógicos, já que nasceram antes da internet "chegar ao mundo" e enfrentam dificuldades típicas no contato com a rede. É uma geração que teve que reaprender o modo de mandar recados, falar com os amigos e conhecer pessoas. Superando as dificuldades, eles têm se reinventado e cada vez mais decolado nas possibilidades que o mundo virtual oferece.
Rompendo barreiras
Sonilza Facó, de 66 anos, é do tempo no qual para namorar, o rapaz tinha que ir pedir permissão aos pais. Filha de pai militar rígido, conta que em sua casa, principalmente na adolescência, relacionamentos sempre foram um tabu. "A mulher era tida como inalcançável e ela tinha que se comportar".
Sem jamais concordar com esse tipo de tratamento, sempre buscou construir sua felicidade. E há 10 anos teve pela primeira vez uma ajudinha extra: sites de relacionamento na internet.
Sonilza é assinante de dois e paga mais de R$ 60 reais pelas duas mensalidades. Foi através de um desses endereços virtuais que conheceu um parceiro, com o qual teve uma relação por três anos. Para elas, esses espaços online oferecem a possibilidade de conhecer pessoas com as quais jamais teria contato.
Sonilza acredita que é necessário que se rompa as barreiras do preconceito que ainda existem com quem usa sites de relacionamento. "Existe muito preconceito. A minha família, por exemplo, tem. Eu vivi maritalmente por três anos com alguém que conheci na internet e não deu certo por outros motivos, mas poderia ter dado. Eu sempre penso, por que não? O site de relacionamento existe para facilitar o encontro de pessoas que podem se dar bem e estão distantes, que são realmente almas gêmeas", defende.
O crescimento no número de pessoas com mais de 50 anos em sites de relacionamento é uma realidade. Hoje, 25% dos usuários do ParPerfeito, maior site de relacionamentos em solo brasileiro, possuem mais de 50 anos. Um número expressivo, tendo em vista que o site recebe cerca de 15 milhões de visitas por mês só no Brasil. De olho nesse público, teve até empresa que criou site de relacionamento exclusivo para aqueles com mais de 50 anos. É o OurTime, uma rede social fundada há 6 meses que já reúne mais de 20 mil usuários no País.
Inúmeras possibilidades
Maria Soares, aos 69 anos, é uma usuária assídua de smartphone. Encantada com as possibilidades que o mundo digital oferece, a aposentada é um exemplo de quem superou as dificuldades da relação com a internet para aproveitar e conversar com quem está longe.
"Eu uso WhatsApp e Facebook. Isso facilitou muito a minha vida para me comunicar com minhas amigas e com meus parentes que estão distantes", conta aposentada, que se considera uma "expert" no aplicativo de mensagens instantâneas após ter umas aulinhas com a neta.
Ela lembra que para falar com alguém que estava longe, em meados da década de 60, o contato só ocorria por meio de cartas. Maria diz que passou a ter telefone fixo em casa na década de 70 e que a peça era uma raridade na rua em que morava.
Com tantas mudanças ocorrendo de forma rápida, a terceira idade também teve que se readaptar no modo de se divertir. Um tendência internacional é a dos chamados "serious games". Essas jogos possuem propósitos que vão além do entretenimento e buscam melhorar o desempenho cognitivo, ajudar na memória, auxiliar na plasticidade do cérebro e gerar mais criatividade. No Brasil, vendo o sucesso crescente da modalidade, uma empresa resolveu não só apostar nos jogos para os interessados com mais de 50 anos, como também oferecer cursos para ensinar os mais velhos a desenvolver e programar os próprios jogos.
A iniciativa é do empresário Fabio Ota, que fundou a Internacional School of Game, em São Paulo, escola que oferece cursos para os chamados 50+.
A escola, que já existe há três anos no mercado brasileiro, proporciona aos alunos diversão e prevenção para o declínio cognitivo, à medida que desenvolvem jogos digitais em 2D.
Os games melhoram as funções de memória, atenção, tomada de decisão, planejamento, imitação, aprendizagem e retenção e transferência das informações adquiridas. Também contribuem para aumentar a autoestima e o bom humor, diminuir a sensação de solidão, reduzir a ansiedade, melhorar o equilíbrio e prevenir doenças crônicas, como a de Alzheimer.
Saiba mais
Serious game
Você já ouviu falar em "serious game"? São jogos digitais que possuem outros propósitos além do entretenimento e a diversão. Na terceira idade, os games podem colaborar na qualidade de vida da terceira idade ao intervir nos declínios cognitivos ligados ao envelhecimento. Vale destacar que o primeiro "serious game" foi desenvolvido pela Atari, nos anos 80. O jogo, chamado de Army Battlezone, foi feito para treinar militares em situação de batalha.
(Com colaboração de Anália Mendonça)

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