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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Papa pede fim de todas as formas de violência

Vaticano. O papa Francisco pediu aos líderes do governo e da sociedade na Venezuela para evitar mais violência no país, citando o crescente número de mortos, feridos e prisioneiros.
Francisco disse aos fieis reunidos na Praça de São Pedro, ontem (30) que, juntamente com as famílias das vítimas em sua dor, fez uma chamada sincera "para que o governo e todos os componentes da sociedade venezuelana evitem todas as formas de violência, respeitem os direitos humanos e busquem soluções negociadas".

Os venezuelanos estão cansados das graves "crises humanitárias econômicas, sociais e políticas que afligem o país", enfatizou o pontífice.
Crise política
As tensões políticas na Venezuela se intensificaram após duas decisões do Supremo Tribunal do país no final de março, na qual o Poder Judiciário assumiu os poderes da Assembleia Nacional e limitou a imunidade dos legisladores. Embora o STF, acusado de ser controlado pelo governo, tenha revertido as decisões, os protestos continuaram e mataram 29 pessoas.
A oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está há algumas semanas protestando nas ruas para exigir a realização de eleições e libertação dos presos políticos.
Francisco rezou pela "paz, reconciliação e democracia" no país "amado".
O papa falou depois que terminou no último sábado (28) uma visita de dois dias ao Egito, onde ele apoiou os cristãos neste país predominantemente muçulmano, que se tornaram alvo de frequentes ataques por parte de extremistas islâmicos.
A bordo do avião papal em seu retorno a Roma, Francisco disse que determinadas condições e garantias devem ser atendidas antes da realização de novos esforços de mediação em uma tentativa de resolver a crise política da Venezuela.
Em uma conferência de imprensa com repórteres que viajavam com ele na volta do Egito, o pontífice disse que a Santa Sé interveio durante as negociações em 2016, a pedido dos mediadores da Venezuela, mas "sem sucesso". O papa disse estar ciente de que estão em curso esforços de mediação, mas que necessitam de condições claras.
Maduro reage
O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, tem promovido aumento de salários e entrega de casas gratuitas para tentar combater um movimento de protesto que exige sua saída.
Em pronunciamento na TV, Maduro disse que o salário mínimo subirá 60% a partir de hoje. Os trabalhadores ganharão pelo menos 200 mil bolívares/mês, além de subsídios alimentares. É o terceiro aumento salarial este ano, uma vez que a inflação de três digitos afeta as economias dos trabalhadores.
Cerca de 30 pessoas morreram em abril devido à violência relacionada a protestos que exigem a saída de Maduro, que, segundo críticos, violou as normas democráticas. Maduro acusou seus adversários de conspirar para derrubá-lo.
Prostituição na fronteira
A imigração em massa de venezuelanos ao Brasil desde 2016 levou dezenas delas à prostituição no entorno da chamada Feira do Passarão, no bairro Caimbé, principal ponto da atividade na capital de Roraima, e acendeu a luz amarela na Polícia Federal, que apura a exploração da prática no Estado.
"A prostituição em si não é crime, estão procurando ganhar a vida. O que queremos saber é se há financiadores, aliciadores, por trás desse fenômeno", disse o delegado da PF Alan Robson Alexandrino Ramos.
Violência crescente
Com o avanço da crise na Venezuela, os pedidos de refúgio protocolados no Estado de Roraima passaram de nove no ano de 2014 para 234 em 2015, 2.230 em 2016 e três mil nos primeiros três meses deste ano.
"A população cresceu muito e de uma forma muito rápida, o que gerou mais furtos e roubos, fora a prostituição e esse caso de tráfico de mulheres. Duas casas usadas para isso foram fechadas", disse o prefeito de Paracaima, Juliano Torquato (PRB).

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