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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Ceará tem um caso suspeito de febre amarela em investigação

Um caso suspeito de febre amarela está em investigação no Ceará. A informação faz parte do mais recente monitoramento do Ministério da Saúde sobre a doença em todo o Brasil, com dados de janeiro até o dia 27 abril deste ano. De acordo com o documento, divulgado na última semana, neste período, o Estado registrou um total de quatro casos notificados da infecção, dos quais três já foram descartados. Segundo o boletim, neste ano, há 715 ocorrências confirmadas da doença em seis estados brasileiros.

Procurada pela reportagem na tarde de ontem, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) informou que não conseguiria fornecer detalhes sobre o caso investigado em tempo hábil. Não foram repassadas informações sobre o município de partiu a notificação, nem sobre o paciente com suspeita da doença. Também não foi possível entrevistar representantes do órgão. 
No último dia 28 de abril, o órgão emitiu nota técnica com orientações a respeito da vacinação contra a febre amarela. O Ceará é considerado pelo Ministério da Saúde uma área sem recomendação da vacina, por não se tratar de região endêmica. Apenas pessoas que planejam viajar a estados com risco para a doença devem receber a imunização. 
Risco
Segundo o infectologista Robério Leite, do Hospital São José de Doenças Infecciosas, no contexto epidemiológico atual, há a preocupação de que pessoas não protegidas visitem áreas com casos confirmados e sejam infectadas, trazendo a febre amarela para o Estado. Conforme os dados do Ministério da Saúde, só no Nordeste, Bahia, Maranhão, Piauí e Paraíba também possuem casos em investigação. Há ocorrências confirmadas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará e Tocantins. 
No entanto, o especialista destaca que, mesmo em situações do tipo, o risco de proliferação da doença é baixo. “Seria improvável, a partir de um caso, haver uma maior transmissão”, ressalta Robério Leite. “Nosso risco, por questões ecológicas e geográficas, é menor que nos outros estados. Temos fronteira com o Piauí, que possui registros, então, se algum caso fosse importado, o mais plausível seria que isso acontecesse através da fronteira. Mas, ainda assim, temos um isolamento geográfico que nos dá proteção”, observa o médico infectologista. 
Leite salienta, ainda, que o avanço da vacinação nas regiões acometidas pela doença e até mesmo nos estados sem recomendação também tem sido eficaz para o bloqueio da cadeia de transmissão. No Ceará, conforme mostrou Diário do Nordeste
em reportagem publicada no último mês de março, após o início do surto de febre amarela no Sudeste, a procura pela imunização disparou nos postos de saúde e em clínicas particulares.
O maior alerta no Estado é o fato de que, em sua versão urbana, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue, da febre chikungunya e da zika. Embora os casos registrados até o momento no País sejam de febre amarela silvestre, que é transmitida por gêneros diferentes de mosquito (Haemagogus e Sabethes), o infectologista afirma que o monitoramento e o alerta devem ser constantes. “O País todo se preocupou, a partir do momento em que a febre amarela foi erradicada, com um ressurgimento da doença, principalmente num contexto de infestação por Aedes aegypti. É sempre uma preocupação que o governo e nós, infectologistas, temos”, afirma.

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