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sexta-feira, 19 de maio de 2017

2,9 mi de brasileiros buscam trabalho há mais de 2 anos

São Paulo/Rio. Com o prolongamento da crise, o número de brasileiros procurando emprego há mais de dois anos atingiu o recorde de 2,9 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano. Em termos absolutos, o número é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada pelo IBGE em 2012. Isso representa 20,4% do total de desempregados do País, que chegou a 14,2 milhões de pessoas.

A pesquisa, divulgada ontem (18), mostra que o porcentual de trabalhadores que não conseguem colocação há mais de dois anos voltou a subir, após dois trimestres de recuo - no fim de 2016, esse número havia caído para 19,9%.
Faltou trabalho para 24,1% das pessoas em idade produtiva no Brasil, o correspondente a 26,5 milhões de pessoas no primeiro trimestre do ano. Essa é a chamada taxa composta da subutilização da força de trabalho, que agrega os índices de desemprego, desemprego por insuficiência de horas trabalhadas e força de trabalho potencial. No quarto trimestre de 2016, essa taxa foi de 22,2% e, no primeiro trimestre de 2016, de 19,3%.
Quanto mais tempo fora do mercado de trabalho, menores são as chances de contratação, afirma o economista Bruno Ottoni, pesquisador da Fundação Getulio Vargas. "Há uma desatualização, uma depreciação do capital humano. O empregador também não quer alguém há muito tempo afastado", afirma. A maior parte dos desempregados, contudo, está em busca de trabalho há pelo menos um mês e menos de um ano. No primeiro trimestre, eram 6,9 milhões de pessoas nessa situação.
A taxa de desemprego aumentou quase dois pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2016, chegando a 13,7% entre janeiro e março deste ano. De acordo com o IBGE, cerca de 600 mil pessoas saíram do mercado formal em relação ao último trimestre de 2016, queda de 1,8%.
Regiões
A taxa de desocupação medida pelo IBGE, que ficou em 13,7%, aumentou em todas as regiões do país no primeiro trimestre deste ano, em relação ao quarto trimestre do ano passado. No Norte, subiu de 12,7% para 14,2%; no Nordeste, de 14,4% para 16,3%; no Sudeste, de 12,3% para 14,2%; no Sul de 7,7% para 9,3%; e no Centro-Oeste, de 10,9% para 12,0%.
O rendimento médio real dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$ 2.110) nas regiões Sudeste (R$ 2.425), Centro-Oeste (2.355) e Sul (R$ 2.281) e abaixo no Nordeste (R$ 1.449) e no Norte (R$ 1.602).
Jovens
Os jovens são a faixa com mais dificuldade para encontrar uma colocação. Quase metade da faixa entre 14 e 17 anos de idade está desempregada, um salto de quase cinco porcentuais após dois trimestres de estabilidade.
Também houve alta entre aqueles com 18 a 24 anos: quase 30% procuram uma vaga de trabalho no primeiro trimestre, após estabilidade no final do ano passado. Por ser menos experiente, esse grupo costuma ser o mais afetado por recessões.

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