Iguatu. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou entre as 7 horas dessa terça-feira (11) e 7 horas de ontem (12), chuvas em 111 municípios cearenses. As cinco maiores foram observadas em Itapipoca (75.2mm), São Gonçalo do Amarante (72.4mm), Tabuleiro do Norte (69mm), Boa Viagem (65mm) e Ubajara (62mm). Ontem mais dois açudes transbordaram, Tijuquinha, em Baturité, e o Gameleira, em Itapipoca, ampliando para 10 o número de reservatórios que estão sangrando atualmente.
As precipitações atingiram quase todas as regiões, exceto o Centro-Sul cearense e parte dos Inhamuns e Cariri. O Centro-Norte foi a área mais beneficiada. A Funceme prevê hoje (13), e amanhã (14) tempo com nebulosidade variável e possibilidade de chuva em todas as regiões devido à aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que trouxe nuvens para todo o Estado.
A ZCIT é uma imensa massa de nuvens e é o principal sistema meteorológico que traz chuva para o Estado durante a quadra invernosa (fevereiro a maio). As precipitações têm favorecida a produção agrícola neste ano. Na feira livre das cidades, os produtos da cesta básica da Semana Santa (feijão verde, macaxeira, milho verde e o queijo de coalho) estão disponíveis em quantidade para atender a demanda dos consumidores.
"Temos boa produção e, por isso, o preço não subiu", disse o feirante José Gomes, no Centro de Iguatu. O quilo do feijão verde está sendo vendido na feira livre por R$ 6,00. "No ano passado, era o dobro", lembrou o vendedor. O da macaxeira custa R$ 3,00 e do queixo de coalho se manteve em R$ 16,00. Entretanto, é provável que nesta quinta-feira e amanhã, Sexta-Feira Santa, ocorra um aumento, seguindo a tradição e a velha lei da oferta e da procura.
As chuvas que vêm banhando o município de Iguatu favoreceram a produção de feijão verde não apenas na região da Santa Rosa, mas em outras áreas rurais. "Neste ano, o feijão está sobrando", disse o produtor rural, Guilherme Lima. "Na localidade de Barro Alto e Queimadas a produção está boa".
Pastagem
As chuvas têm sido positivas para o setor agropecuário - produção de grãos e a pastagem para o gado, que bem alimentado dá leite com fartura e favorece a produção de queijo de coalho, típico do sertão cearense. "Depois de cinco anos seguidos de seca, neste ano, o inverno está bom para a agricultura", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva. "Não há o que reclamar". Há, entretanto, preocupação com as reservas hídricas dos principais açudes, estratégicos, para o abastecimento dos centros urbanos. As chuvas tendem a diminuir de intensidade nas próximas semanas e não há perspectiva de aumento significativo do nível dos reservatórios. Esse quadro já era previsto desde fevereiro passado.
A Funceme previu chuvas dentro da média histórica, mas sem recarga dos médios e grandes açudes. Ontem, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) registrou aporte em 71 açudes no total de 19,2 milhões de metros cúbicos. O índice acumulado em média no Estado é de 11,82%.
Conforme a Cogerh, os principais aportes ocorreram nos açudes Acarape do Meio, Angicos, Aracoiaba, Araras, Ayres de Sousa, Banabuiú, Castanhão, Caxitoré, Frios, General Sampaio, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas, Pentecoste e Taquara.
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