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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

População urbana cresce, enquanto campo perde quase 10 mil pessoas

A questão demográfica vai além de saber quantos somos, onde estamos ou para aonde nos movemos. Sua compreensão é fundamental no planejamento e estabelecimento de políticas públicas. Por isso, estudo inédito do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) revela que a população cearense mudou na última década e, por isso, investimentos nas diversas áreas deverão sofrer modificações. Confirmando tendência mundial, o conjunto de indivíduos do Estado ficou bem mais urbano, com o campo perdendo quase 10 mil pessoas no período; envelheceu, reduzindo inclusive o número de habitantes na faixa etária de 0 a 14 anos, passando de 33,54%, em 2000, para 25,89% da população geral. O movimento migratório também alterou. 

Entre 2009 e 2016, mais gente estabeleceu moradia em municípios como Eusébio, Horizonte e Guaiuba, que tiveram maior taxa média de crescimento. No primeiro, por exemplo, esse índice foi cinco vezes (2,90%) maior do que Fortaleza, com registro de 0,51% no intervalo considerado. Os dados completos do Perfil das Regiões de Planejamento - 2016 serão divulgado pelo Instituto até o fim de fevereiro.
De acordo com o Analista de Políticas Públicas do Ipece, Cleyber Nascimento de Medeiros, a análise traça o panorama socioeconômico das 14 regiões de planejamento do Estado, criadas pela Lei Complementar Nº 154 do ano de 2015, avaliando indicadores territoriais, demográficos, infraestruturais, sociais e econômicos. "Um planejamento uniforme de desenvolvimento sem levar em consideração as características geossocioeconômicas de cada região pode não ser viável devido às diferenças intrínsecas existentes entre as mesmas", afirma.
Aumento
Em termos absolutos, a Grande Fortaleza, com 19 municípios, detém 45% da população cearense, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2016, com pouco mais de quatro milhões de habitantes. O Cariri ultrapassou um milhão de pessoas, representando 11,26% do total e, em terceiro, o Sertão de Sobral, com 489,2 mil (5,46%), seguido pelo Litoral Norte, com 395,8 mil (4,42%) e Litoral Oeste/Vale do Curu, que soma 391,3 mil ou 4,32%. No Ceará, enquanto a população urbana cresceu 19,40%, a rural teve queda de 0,45%. Em sete anos, Fortaleza ganhou mais 104.164 habitantes, passando de 2.505.552 moradores, em 2009, para 2.609.716 pessoas no ano passado. O Eusébio tinha no ano de 2009 um contingente de 41.307 habitantes, passando, em 2016, para 51.913 indivíduos (mais 10.606 habitantes).
O Ceará, explica Cleyber, passa, ao longo das últimas décadas, por processo de inversão do local de residência, com predominância da população urbana atualmente. Este fato pode ser explicado, dentre outros fatores, devido à busca de empregos com melhor remuneração nas cidades, procura oportunidades de educação, sobretudo a relacionada ao Ensino Superior, maior oferta de serviços de saúde e infraestrutura (transportes, mobilidade para se deslocar de casa para o trabalho/escola). "Neste caso, a população pode ter migrado do meio rural para as cidades dentro de suas regiões, por exemplo: sede de Juazeiro do Norte, Crateús, entre outras, ou mesmo terem ido para cidades localizadas em outras regiões, como a Capital", diz.
Entre 2010 e 2016, a densidade demográfica do Estado teve um incremento de quatro habitantes por quilômetro quadrado, saindo de 56,79 hab/Km2 para 60,20 hab/km2. A Grande Fortaleza possui a área mais adensada, com 540,21 moradores por cada km2, enquanto as regiões dos sertões Central, de Canindé, de Crateús e Sertão dos Inhamuns registram baixa densidade ou menos de 25 hab/km2. "Sendo os Inhamuns com pior índice. São pouco mais de 12 pessoas a cada quilômetro quadrado", destaca Cleyber.
O estudo levou em consideração três faixas etárias: 0 a 14 anos, entre 15 e 64 anos e superior a 65 anos. Para todas as regiões, a parcela da população ativa é maior, enquanto participação da idosa cresceu de 6,18% (em 2000) para 7,59 (em 2010). Em termos proporcionais, os Sertões dos Crateús, Inhamuns e Centro-Sul concentram mais idosos, quanto o Litoral Norte, Litoral Oeste/Vale do Curu e Serra da Ibiapaba detêm maior parcela de jovens. "O resultado vai nos possibilitar investir em políticas públicas para cada uma das 14 regiões", frisa.

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