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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Trairi foi quem mais desmatou no Estado

Juazeiro do Norte. A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, estudo que detalha o bioma nos 3.429 municípios brasileiros abrangidos pelo mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica. No Ceará, a cidade de Trairi, na Região Norte, foi a que mais desmatou entre 2014 e 2015, com a eliminação de 81 hectares de floresta nativa, na comparação de 2015 com o ano anterior. A área degradada corresponde a 81 campos de futebol.

A cidade que conta atualmente com 7.915 hectares de Mata Atlântica, em sua grande maioria composta por dunas (4,7 mil ha) e restinga (6,5 mil ha), já tinha sido líder de desmatamento no Estado em 2013, com 67 ha devastados. Aquiraz também aparece entre os municípios que mais desmataram em 2013 e 2016. Há três anos, figurou na terceira posição e, agora, ocupa o segundo lugar, com supressão de 55 hectares.
Já a capital cearense, que apesar de não aparecer na lista das cidades cearense com maior desmatamento, apresenta redução na quantidade de área composta por Mata Atlântica ao longo dos anos. Hoje, há somente 1.958 hectares de Mata, o que representa 6,22% da área total do município. Essa porcentagem já chegou a ser de 64%. Atualmente, a maior parte do bioma de Fortaleza é composto de Mangue (928 ha). Apesar dos preocupantes números, o Ceará não conta com nenhum município entre os 100 que mais desmataram em todo o país, nesse período.
A diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, pondera que o estudo é de extrema importância "pois traz um balanço de quais estados e municípios têm dado o devido valor à preservação das florestas nativas e do meio ambiente".
Conforme avalia, os resultados obtidos durante o levantamento mostram que é preciso reforçar as políticas de proteção do bioma para evitar retrocessos na conservação dos 12,5% de Mata Atlântica que ainda restam no País. "Esperamos que esse Atlas contribua para incentivar os novos governantes a conservarem a Mata Atlântica".
Preservação
Em contrapartida, o município de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi o que mais preservou o seu bioma de Mata Atlântica, com 86,3% de vegetação natural no ano passado, em relação à área original. A cidade está entre as dez com maior índice de conservação do Brasil, ranking que é liderado por Tamboril do Piauí e Guaribas, ambas no estado piauiense, com quase 96% do total natural preservado.
"Em comemoração aos 30 anos da SOS Mata Atlântica, o estudo traz uma análise inédita do desmatamento durante este período e nos permite analisar quais municípios não contribuíram para a preservação. Esses resultados mostram que é preciso reforçar as políticas de proteção do bioma para evitar retrocessos na conservação dos 12,5% de Mata Atlântica que ainda restam no país", afirma a diretora executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.
Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município.
"O PMMA é importante, pois é um plano que depende da ação da comunidade local em parceria com a sociedade para ser aplicado. A aplicação do plano permite o desenvolvimento de políticas locais de meio ambiente" afirma Mario. O estudo identifica áreas de vegetação natural, que inclui, além das florestas nativas, os refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas (formações vegetais que revestem as areias) e dunas.

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