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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Seca excepcional atinge 55% de todo o Ceará

O cenário da estiagem é cada vez mais grave no Ceará. Tanto que o nível seca excepcional, o grau de maior severidade, já atinge 55% do território cearense. Os dados são do Monitor de Secas do Nordeste, mapa atualizado relativo a outubro, elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O Mapa indica que 100% do Estado está afetado em categorias grave, extremo e máximo, sendo os dois últimos correspondendo a 79% da área total.

Só para se ter ideia da magnitude do problema, em setembro, a seca já atingia a totalidade do Ceará, no entanto, parte da região Nordeste apresentava grau moderado. Agora, o quadro piorou e o mesmo espaço enfrenta seca grave. A falta de chuvas, aponta o mapa, abrange inclusive toda faixa litorânea, sendo de Fortaleza em direção às praias do litoral leste já com grau extremo. "É uma conjuntura complicada", reconhece o meteorologista da Funceme, Raul Fritz.
Ele destaca que o avanço da seca no Nordeste já era esperado porque, historicamente, a distribuição mensal de chuva no mês de outubro na maior parte da região é inferior a 75mm. "Em algumas áreas, como no norte do Maranhão, centro-norte do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e no extremo norte da Bahia, os índices pluviométricos são inferiores a 25mm. Sendo a pior situação a de Pernambuco, onde 90% do território registra nível excepcional".
Fritz indica que serão necessários dois meses de chuvas ininterruptas, pelo menos dentro da média histórica de 200 mm/mês, somando no bimestre 450mm, para que o Ceará consiga alcançar o chamado nível de segurança hídrica. Por enquanto, não existe definição de como será a quadra chuvosa do Estado, entre fevereiro e maio.
O El Niño, garante, está descartado; entretanto, La Ninã ainda se apresenta fraca mas, mesmo assim, se essa condição perdurasse até fevereiro/março, ajudaria bastante. "Porém, pelo observado até agora, há uma maior probabilidade de neutralidade no Oceano Pacífico, o que não é de todo ruim, pois isso indica qualquer situação abaixo, na média ou até acima de média. Nossas esperanças se voltam também para o Atlântico. Vamos aguardar até janeiro para ter melhor avaliação".
Irregularidade
Fritz acrescenta que um dos problemas observados no Ceará é que as precipitações são irregulares, ou seja, chove bem em uma região e em outra não. "No Castanhão, por exemplo, é pior em comparação com a Ibiapaba. Isso sem falar que o solo está saturado. É preciso chover bem para a água infiltrar no solo e assim poder escorrer em direção aos rios e outros mananciais".

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