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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Petrobras corta investimento em 25%; venda de US$ 19,5 bi

Fortaleza/Rio. O novo plano de negócios da Petrobras corta em 25% a projeção de investimentos com relação ao plano anterior, lançado em 2015. No documento divulgado ontem, a estatal prevê gastar US$ 74,1 bilhões no período entre 2017 e 2021, 81% do valor na área de exploração e produção de petróleo. O plano amplia o programa de venda de ativos, com a previsão de vendas de US$ 19,5 bilhões no período entre os anos de 2017 e 2018.

O programa foi chamado de "parcerias e desinvestimentos" para frisar que a Petrobras buscará sócios em todas as suas áreas de atuação. A reportagem solicitou o percentual US$ 19,5 bilhões que corresponde aos ativos situados no Ceará, mas a Petrobras informou, via assessoria de imprensa, que não seria possível conceder as informações até o fechamento desta edição.
Estão entre os ativos da estatal postos à venda Estado os dois campos produtores de petróleo em terra (Fazenda Belém), localizados entre Aracati e Icapuí; os quatro campos em águas rasas (Atum, Curimã, Espada e Xaréu), que ficam no litoral de Paracuru; a TermoCeará, usina termelétrica no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp); e o terminal de regaseificação do Ceará, no Porto do Pecém.
A Petrobras possui no Estado atualmente cerca de 550 empregados, além dos mais de 2.000 terceirizados, segundo dados do Sindicato dos Petroleiros do Ceará e do Piauí (Sindipetro CE/PI).
Gerar caixa
O programa anterior de venda de ativos falava em US$ 15,1 bilhões entre 2015 e 2016 - até agora, foram vendidos US$ 4,6 bilhões e uma operação de US$ 5,2 bilhões, para comercialização da rede de gasodutos do Sudeste, que já foi concluída e deve ser anunciada em breve.
Com menores investimentos e mais venda de ativos, a empresa planeja antecipar para 2018 a meta de redução da alavancagem (relação entre dívida e geração de caixa) para 2,5 vezes, valor considerado ideal por agências avaliadoras de risco. Hoje, o indicador está em 4,49 vezes.
O primeiro plano aprovado pela gestão Pedro Parente diz que a visão da Petrobras para os próximos anos é ser uma "empresa integrada de energia com foco em óleo e gás que evolui com a sociedade, gera alto valor e tem capacidade técnica única".
"No horizonte total dos cinco anos desse planejamento, a nossa proposta é que a empresa tenha sido saneada, tenha padrões de governança e ética inquestionáveis para sustentar uma produção crescente, mas realista, e capaz de investir e se posicionar nos processos de transição por que passa o mercado de energia no mundo", afirmou Pedro Parente, presidente da empresa, em comunicado.
Mudanças
Apesar do corte de investimentos, o plano não traz grande alteração na meta de produção de petróleo após cinco anos.
Em 2021, diz o documento, a estatal espera estar produzindo 2,77 milhões de barris por dia no Brasil -no plano anterior, a meta era de 2,7 milhões de barris por dia em 2020.
Dos investimentos em exploração e produção (US$ 60,6 bilhões), 76% irão a projetos de desenvolvimento da produção. No refino, serão aplicados US$ 12,4 bilhões, principalmente em manutenção das operações e em infraestrutura para o escoamento da produção de petróleo.
No plano de negócios, a empresa ainda destaca que vai "fortalecer os controles internos e a governança, assegurando transparência e eficácia do sistema de prevenção e combate a desvios, sem prejuízo da agilidade da tomada de decisão".
A estatal é a principal investigada na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção envolvendo políticos de vários partidos e empreiteiras do País. "Será adotado um sistema de gestão baseado na meritocracia, com desdobramento de metas até o nível de supervisão, acompanhamento sistemático e correção de desvios, de modo a garantir a disciplina na execução das iniciativas e no alcance das metas", disse a Petrobras.

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