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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Greve gera perda diária de 5% ao varejo da Capital

Os 21 dias de greve dos bancários tem causado uma perda diária de 5% no volume de vendas do varejo da Capital, conforme a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, e podem pôr em risco a retomada do setor - o qual tem no segundo semestre, especialmente, entre setembro e dezembro o melhor período de negócios do ano.
"Isso (a greve dos bancários) tem afetado mais a dinâmica do comércio. Estamos, neste mês, atipicamente com perdas de cerca de 5% em pleno B-R-O-Bró. A única razão que a gente enxerga (como motivo) é a greve", lamenta o presidente da CDL Fortaleza, Severino Ramalho Neto.
De acordo com ele, todas as opções estão sendo oferecidas aos clientes, desde às possibilidades tecnológicas até o crediário, mas o desestímulo à compra foi sentido pelo comércio cearense nos últimos 21 dias. Para Ramalho, a complicação burocrática ou a falta de intimidade das pessoas com os recursos oferecidos pela internet ou no caixa eletrônico têm comprometido o cenário de retomada do crescimento esperado para o segundo semestre de 2016.
Dificuldade
"Ora, se cobrando já estava ruim, imagina sem poder cobrar porque as pessoas não têm como sacar...", compara o presidente da CDL Fortaleza ao antes e depois da paralisação das agências bancárias no Estado. Segundo exemplifica, um dos constrangimentos operacionais mínimos, mas que se reflete no dia a dia de todos é a falta de troco na praça.
Fim do ano comprometido
O diretor da CDL Fortaleza e presidente da Ação Novo Centro, Assis Cavalcante, reforça o afirmado por Ramalho ao contar que não só a retomada das vendas, que já vinham apontando números melhores que os vistos em igual período de 2015, mas também as contratações temporárias previstas para o fim do ano estão em risco. "Já estávamos pensando nas contratações provisórias para o fim do ano, mas com essa greve fica difícil. As vendas em dinheiro representam entre 20 e 25% do nosso negócio e praticamente sumiram", conta o empresário, apontando a gravidade para qual caminha o setor.
Ele ainda observa que o setor "voltou a fazer campanhas mais agressivas para atingir as metas, citando promoções de porta de loja, descontos e condições especiais de pagamento promovidas pelos lojistas para tentar reverter a situação atual, "mas não são boas porque diminuem as margens de lucro".
Atraso e arrecadação
Outro efeito do impasse entre bancários e banqueiros sobre o salário dos primeiros tem causado no varejo de Fortaleza é o atraso nos pagamentos de cartões e crediários, o que, consequentemente, resulta em uma falta de caixa pelos lojistas. "O começo do B-R-O-Bró é geralmente bom, pois já começamos a vislumbrar o fim ano por setembro. Os clientes que compraram em cinco pagamentos no dia das mães ou dos namorados já estão menos comprometidos", diz Cavalcante afirmando que, hoje, este cenário não existe, pois as pessoas não têm mais dinheiro para movimentar o comércio. "Estado como ente acaba abalado também, pois se a gente deixa de vender, o Estado deixa de arrecadar. Só nos resta pedir para que as duas entidades que estão na contenda, os banqueiros e bancários, resolvam o quanto antes para gente voltar a produzir, gerar emprego e renda", afirma.


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