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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Coqueluche: 67 municípios abaixo da meta vacinal

Em 2014, o Ceará passou por um surto inesperado de coqueluche, doença que ataca o aparelho respiratório e acomete, principalmente, crianças menores de seis meses. Com 193 casos registrados, a epidemia só pode ser debelada depois que a imunização da população foi intensificada. Hoje, dois anos depois, mesmo com a infecção sob controle, a cobertura vacinal de algumas cidades cearenses, considerada abaixo da ideal para garantir a prevenção contra a doença, está na mira das autoridades de saúde do Estado do Ceará.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), embora a cobertura geral do Ceará já chegue a 96%, 67 municípios não atingiram a meta de 95% do público-alvo imunizado, percentual mínimo determinado pelo Ministério da Saúde.
Segundo o órgão, quase todas as 22 regiões de saúde do Estado possuem municípios com coberturas abaixo do esperado. Apenas a 9ª, a 12ª e a 15ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRES), baseadas nas cidades de Russas, Acaraú e Crateús, respectivamente, não estão na lista.
Surto
Conforme Ana Vilma Leite, coordenadora de Imunização do órgão, após o período de surto de coqueluche no Estado, a cobertura vacinal adequada é essencial para manter a doença controlada. "O Ceará sempre tem alcançado a meta, mas quando vamos avaliar município por município, sempre existem aqueles que não atingem a quantidade ideal", afirma.
Em 2015, ano seguinte ao da epidemia, o número de casos confirmados da doença caiu de 193 para 17. Neste ano, conforme Ana Vilma Leite, foram contabilizadas nove ocorrências. Na avaliação da especialista, o total de registros está dentro do esperado pela Secretaria. Ela destaca que a ampliação do público-alvo da vacina, antes voltada somente para os recém-nascidos com até seis meses de idade, para profissionais da Saúde e gestantes contribuiu para a estabilização dos casos.
"Desde 2013, percebemos que houve um aumento do número de casos entre as crianças. Isso porque elas só alcançam a cobertura aos seis meses, quando tomam a terceira dose. O Ministério da Saúde observou que quem estava transmitindo eram os adultos, pais e profissionais de saúde, que são aqueles que têm contato com o bebê assim que ele nasce. Por isso, desde 2014, esses profissionais e as gestantes também devem se vacinar", explica. "Mas a coqueluche é uma doença que não vai ser erradicada porque é transmitida por uma bactéria que está no ambiente", completa.
Para que os municípios com coberturas inferiores atinjam a marca dos 95%, o Estado dará início, no próximo dia 19, à Campanha de Multivacinação 2016. A mobilização, que segue até o dia 30, envolverá todas as 14 vacina presentes no Calendário Nacional de Vacinação, incluindo a pentavalente, que previne contra a coqueluche, a difteria, o tétano, a hepatite B e outras infecções causadas pelo vírus Haemophilus influenzae tipo B.
Campanha
O esquema completo da imunização para crianças inclui cinco doses. Três devem ser tomadas até os seis meses de idade, o que já garante a proteção. As doses finais funcionam como reforço e devem ser tomadas com um ano e três meses, e quatro anos de idade. "Essa é a chance que os municípios terão para identificar as crianças que não foram vacinadas e atingir a meta", afirma Ana Vilma.
Além da coqueluche, a vacinação contra duas outras doenças será observadas com atenção durante a campanha: a poliomielite e o sarampo. A coordenadora de Imunização destaca que, embora a poliomielite tenha sido erradicada nas Américas, a doença ainda faz vítimas em outros países, tonando necessária a vigilância. Conforme a Sesa, desde 2000, o Estado supera as metas de vacinação.
Já em relação ao sarampo, Ana Vilma salienta que a preocupação ocorre em virtude do longo surto vivenciado no Ceará entre 2013 e 2015. "A epidemia foi recente. Recebemos a declaração de que não temos mais vírus em circulação, mas se os municípios não continuarem vacinando, há o risco de voltar. Temos que manter a vacinação em dia e de forma homogênea", diz.
Mais informações
Campanha de Multivacinação: De 19 a 30 de setembro, com dia De mobilização nacional em 24 De setembro deste ano

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