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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Capital registra 60% dos casos de chikungunya

A febre chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, continua forte no Ceará. Fortaleza lidera o número de confirmações da doença no Estado, com 13.669 ocorrências, ou seja, mais de 60% de todas os registros. Há um mês, apenas quatro - Coaçu, São Bento, Manuel Dias Branco e Lourdes - dos 119 bairros da Capital não haviam notificado casos da doença, mas, agora, ela já chegou a todas as localidades da cidade, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Os bairros com maior número de casos confirmados são Montese e Barra do Ceará, localizados nas Regionais IV e I, respectivamente. A taxa de incidência da doença entre a população da Capital é de 527,5 casos para cada 100 mil habitantes, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Até agora, cinco mortes em decorrência da doença foram registradas na cidade e nove permanecem em investigação.
Em todo o Ceará, de 1º de janeiro até 8 de setembro, já foram notificados 40.249 casos suspeitos de febre de chikungunya em 168 das 184 cidades cearenses, segundo a Sesa. Desse total, 22.286 foram confirmados e 11.314 seguem em investigação. O resto foi descartado.
Além das mortes na Capital, mais duas vítimas da chikungunya eram do Interior: uma de Crateús e outra de Quixadá. Permanecem em investigação 41 óbitos, sendo mais 18 em Quixadá, dois em Caucaia e o resto em 12 municípios.
Incidência
Sete municípios apresentam taxa de incidência maior que mil casos por 100 mil habitantes. Em Nova Russas, o índice sobre para quase 3 mil. A lista segue com Crateús, Campos Sales, Quixadá, Capistrano, Quixeramobim e Assaré. No geral, conforme a Sesa, a taxa de incidência no Ceará é de 452 casos por 100 mil habitantes.
A maioria dos casos confirmados ocorreu em adultos, entre 30 a 39 anos, e mulheres. Ainda assim, a chikungunya atinge todas as faixas etárias, incluindo 189 crianças cearenses com menos de um ano de vida.
A estudante de Farmácia, Bianca Araújo, 22, apresentou os primeiros sintomas da doença em maio deste ano. Ela procurou atendimento num posto no bairro São Gerardo, em Fortaleza, e recebeu o diagnóstico. A partir daí, iniciou o tratamento à base de medicação para febre e analgésicos. "A cada dois dias, eu ia ao hospital coletar sangue e fazer hidratação. Tomava comprimidos paras as dores", lembra. Após quatro meses do diagnóstico, no entanto, ela ainda sente dores nas articulações.
Apesar do incômodo, o infectologista Robério Leite alerta que o uso autônomo de anti-inflamatórios é contraindicado. "É largo o uso de automedicação nesses casos e eles podem mascarar ou piorar a doença e aumentar a chance de hemorragias. O ideal é procurar os especialistas assim que apresentar os primeiros sintomas", indica.
Controle
Para o médico, o controle vetorial do mosquito é o grande desafio da saúde pública do Brasil. "Basicamente, se usa larvicida e fumacê, mas só eles não conseguem resolver o problema. Temos de promover também uma revolução cultural para mudar a postura da população", analisa.

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