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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Correios atrasa entregas por falta de funcionários

Caos, demora e frustração. Essas são as sensações descritas pelo supervisor de produção Vinícius do Prado, morador de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza ao falar sobre os recorrentes atrasos na agência dos Correios.

Segundo ele, há dois meses o município está sem o serviço de entrega e a população é obrigada a ir buscar as correspondências na sede do órgão.

"Lá está tudo muito desorganizado, então eles tem dificuldade para localizar as coisas. O local fica lotado, o pessoal se revolta, e o rapaz só manda a gente ligar para a central para reclamar, mas não adianta nada. Algumas pessoas já foram cinco vezes para lá e ainda não conseguiram retirar a correspondência", desabafa Prado.
O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), Luís Santiago, defende que o atraso na entrega das correspondências não é culpa dos carteiros nem dos atendentes comerciais das agências, mas sim uma consequência do processo de sucateamento dos Correios.
Ele afirma que o déficit de profissionais também prejudica a qualidade do serviço. Para suprir a demanda atual, seriam necessários pelo menos 300 carteiros e outras 100 profissionais na manipulação de carga. Em todo o Ceará, são 200 agências dos Correios. De acordo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, atualmente, 2.828 empregados concursados trabalham no Estado.
Bairros afetados
Conforme Luís Santiago, os municípios cearenses mais prejudicados com a falha no serviço são Juazeiro do Norte, Fortaleza, Iguatu e Sobral. Na Capital, alguns dos bairros onde o serviço está afetado são Conjunto Ceará, Prefeito José Walter, Bom Jardim, Dias Macêdo e Aerolândia.
Na porta da agência do Conjunto Ceará, que se encontrava lotada na tarde de ontem (2), Diva Oliveira, moradora do bairro, contou que já se acostumou a acessar seus boletos bancários por meio da internet. "Eu tiro pela internet, porque em casa as correspondências só chegam atrasadas. É constante isso por aqui", avaliou a aposentada.
Em resposta aos atrasos, os Correios afirmaram que têm trabalhado com o intuito de normalizar as entregas. Para isso, conforme a Empresa, foram adotadas medidas como a realização de horas extras na semana e de trabalhos de distribuição aos sábados, além do apoio de empregados de áreas administrativas em atividades operacionais.
Protesto
A categoria realizou uma paralisação, ontem, na unidade do Eusébio. A intenção do Sintect é denunciar a situação dos profissionais. Sobre o ato, os Correios afirmaram que a partir de hoje (3) a empresa fará o deslocamento de empregados da área administrativa para apoiar as atividades operacionais no local e avaliar opções para expandir o espaço físico da unidade. A estatal também prevê o reforço da equipe de carteiros na cidade no mês de agosto com a contratação de profissionais sob o regime de mão de obra temporária.
Reclamação
Em todo o estado, conforme o assessor jurídico do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), Ismael Braz, foram registradas 43 reclamações contra os Correios em 2015 e outras 40 neste ano de 2016. Na capital cearense, o Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon), informou que foram registradas apenas 17 denúncias sobre os Correios em 2016. O órgão orienta que o consumidor procure realizar formalmente as reclamações para que o Procon possa apurar devidamente as denúncias e, caso seja necessário, aplicar penalidades administrativas.
PROTAGONISTA
Problemas vão além dos atrasos de entrega
Para o administrador Geovaldo Policarpo, morador do Conjunto Ceará, há uma desorganização em diferentes níveis dos Correios que, conforme ele, vai além dos problemas nos atrasos das entregas. Dentre os contratempos enfrentados, Policarpo lista extravios de produtos, entregas para remetentes errados e, por vezes, a insuficiência no serviço de rastreamento solicitado previamente.

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