Seja bem vindo...

Páginas

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Cearenses divididos sobre votação

Deputados cearenses ficaram divididos quanto à votação no Senado que tornou, na madrugada de ontem, a presidente afastada Dilma Rousseff ré no processo de impeachment, com 59 votos favoráveis à cassação de seu mandato. Parlamentares entrevistados pelo Diário do Nordeste acreditam que, com o fim do rito, e Michel Temer assumindo a Presidência em definitivo, a situação econômica do País deve dar sinais reais de melhoria.

Outros parlamentares, apesar de considerarem inevitável o impedimento de Dilma, afirmaram, porém, que nada mudará caso o Governo de Temer passe confiança para o setor econômico. Houve, ainda, quem disse que o processo de impeachment em curso no Congresso Nacional representa uma ruptura democrática que trará consequências "sem precedentes" à democracia brasileira no futuro.
Para Carlos Felipe (PCdoB), tudo já está definido e dificilmente Dilma permanecerá no poder. Segundo ele, o questionamento a ser feito é se foi um processo de impeachment justo ou não. "O que ela fez foi apenas uma suplementação orçamentária para garantir a expansão do Minha Casa, Minha Vida e o Garantia Safra, além de isentar imposto do empresariado. Mas o que está acontecendo é uma ruptura democrática, e daqui a uns anos nossos netos estarão lendo isso nos livros de história", opinou.
Na avaliação do deputado estadual, o correto seria a realização de plebiscito para saber se a população quer novas eleições. No entanto, ele foi um dos parlamentares que defenderam que Dilma, quando do ponto alto da crise em seu Governo, deveria ter proposto a ideia, destacando que a petista não obteve sucesso em seu segundo mandato, não conseguindo enfrentar a crise.
"Nós vimos um País dividido, e um Congresso com muitas pautas bombas que levaram o Brasil para o buraco. A melhor forma seria ela (Dilma) ter renunciado para podermos ter um Governo que pudesse fazer o País voltar ao desenvolvimento", afirmou.
Falta de unidade
Mesmo com Temer sendo confirmado como presidente da República, Carlos Felipe não acredita que haverá unidade no País, pois, para ele, o nível de corrupção da gestão do peemedebista é tão latente quanto a da petista. "Tanto é que eles adiaram o julgamento do Eduardo Cunha, porque ele vai levar uns 35 senadores e outros 100 ou 200 deputados. Estamos preocupados com a desvalorização das instâncias do Poder Legislativo e Executivo", criticou.
Para Zé Ailton Brasil (PP), a economia só deve melhorar com a confiabilidade do setor econômico e políticas de governo afirmativas que poderiam ter sido implantadas por Dilma Rousseff, e que o presidente interino, segundo Brasil, não demonstrou ainda. "Sou contrário ao impeachment desde o início, pois a presidente foi eleita com voto da maioria da população e não cometeu nenhum crime durante seu mandato", defendeu.
O deputado Tin Gomes (PHS) ressaltou que, no momento em que tiver uma decisão, se Michel fica no comando do Governo em definitivo ou Dilma retoma sua posição, a situação do País vai melhorar, porque a questão política será definida. Para ele, a crise política é que está afetando a economia.
"Temos o impeachment de uma presidente da República, um (ex-)presidente da Câmara afastado, podendo ter o mandato cassado, e um presidente do Senado sendo denunciado. Isso tudo fragiliza a economia".
Fernanda Pessoa (PR) afirmou que o País precisa mudar e que o impeachment de Dilma é o primeiro passo para isso acontecer. Em sua opinião, é preciso moralizar a política brasileira, e isto já estaria sendo feito. Ela sustentou que Michel Temer, que poderá assumir a Presidência do Brasil em definitivo, veja o que não deu certo no Governo do PT e procure fazer diferente.
Silvana Oliveira (PMDB) disse que o processo tem sido muito lento e tem causado apreensão na população que, segundo ela, quer ver o resultado imediato do impeachment. Assim como os demais deputados, a parlamentar ressaltou que Dilma Rousseff deveria ter renunciado logo no início da crise política e econômica, o que, para ela, seria uma demonstração de amor pela Nação. "Na votação na Câmara a gente já viu que o impeachment era inevitável. Os gastos irresponsáveis forma descobertos, e naquele momento era para ela ter caído ou renunciado".

Nenhum comentário:

Postar um comentário