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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A cor é da vitória

Se faltava uma mulher brasileira com mais de uma medalha em esportes individuais, agora não falta mais. A gaúcha Mayra Aguiar alcançou seu segundo pódio na carreira no fim da tarde dessa quinta-feira, na Olimpíada do Rio. Ela levou o bronze, mesma premiação de Londres-2012, ao derrotar a cubana Yalennis Castillo, pela categoria até 78Kg no Judô.

Se para muitos o bronze é um prêmio de consolação, para a atleta brasileira certamente não é. A alegria estava estampada em seu semblante vitorioso, tanto na zona mista, área de atendimento aos jornalistas logo após a luta, como no momento da cerimônia de premiação e ainda na entrevista coletiva, concedida por último.
"Foi lindo", definiu ela seu sentimento por chegar de novo entre as três melhores na competição, desta vez em seu país. "A torcida foi maravilhosa, minha família estava toda aí, amigos, pessoal que treina junto comigo... Poder dar essa alegria para eles foi lindo, foi mágico", descreveu a atleta de 25 anos.
Trilha para o pódio
O caminho para dar a terceira medalha olímpica para o Brasil nos Jogos do Rio começou com uma vitória avassaladora na estreia, diante da australiana Miranda Giambelli, num combate que durou apenas 36 segundos na Arena Carioca 2, mesmo ginásio que consagrara Rafaela Silva três dias antes, com o ouro.
Pouco depois de meio-dia, já passara pela alemã Luise Malzahn, com a ajuda de um shido, garantindo-se nas semifinais.
Mayra estava a um passo de se ver frente a frente com a americana Kayla Harrison, tida pelos especialistas como a grande favorita para a medalha de ouro nessa faixa de peso.
Antes, porém, teria de passar pela francesa Audrey Tcheuméo, também medalha de bronze em Londres e líder do ranking europeu. E num combate bastante travado - tanto que foi definido no número de punições -, Tcheuméo acabou levando a melhor, com um shido recebido contra dois da gaúcha, aplicados por falta de combatividade.
Derrotada na semifinal e tendo que se recompor em poucos minutos para ainda buscar o bronze, Mayra teria de encarar a cubana Yalennis Castillo, que viera da repescagem. "Um momento muito difícil, perder e ter a cabeça de mudar em tão pouco tempo é complicado. Em Londres, aconteceu isso: perdi na semifinal e tive de voltar para ganhar a medalha. E vi que valeu muito a pena. Tenho duas medalhas olímpicas hoje", disse ela, após vencer, com um yuko.
Na coletiva, enquanto atendia os repórteres ao lado da nova campeã olímpica, Kayla Harrison, e da medalhista de prata Audrey Tcheuméo - que perdeu por ippon para a americana na finalíssima -, Mayra acenou para o também medalhista de bronze brasileiro Leandro Guilheiro (Pequim-2008), hoje comentarista pelo canal Sportv, quando este entrou na sala.
Ela sabia que deixara o colega para trás, assim como qualquer outra mulher que não seja dos esportes coletivos no País. "Medalha olímpica não tem cor. Eu ia deixar meu corpo ali no tatame, mas não ia sair dali sem uma medalha", finalizou a gaúcha.

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