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terça-feira, 2 de agosto de 2016

83% do Ceará têm casos de dengue confirmados

O Ceará permanece em estado de alerta para a dengue. Apesar da redução do número de pessoas infectadas pela doença após o fim da quadra chuvosa de 2016, os números mostram que a doença se dissemina. Conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), de 3 de janeiro a 30 de julho de 2016, em 153 dos 184 municípios do Estado houve confirmação de casos de dengue. Com isso, a doença se apresenta em 84% das localidades cearenses.
Quando dividido, de acordo com a Pasta, em 22 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES), o índice agrava-se. Em todas essas áreas houve casos de dengue neste ano. Fortaleza, situada na 1ª coordenadoria, somou nos sete primeiros meses 27.395 notificações da enfermidade, sendo 10.899 confirmados. Dos 15 óbitos por dengue no Ceará, quatro foram na capital.
Calculada a partir de uma amostra de 100 mil habitantes, a taxa de incidência da enfermidade parte de zero e chega até a 3.972 quando comparados diferentes municípios. Enquanto em locais como Ipaporanga, Martinópoles, Aurora, Chorozinho e Palmácia, a incidência está zerada, oito municípios do Ceará ultrapassam o número de mil casos a cada 100 mil habitantes.
Tauá e Cedro são alguns dos quais se destacam negativamente com 3.972 e 2.049 confirmações de pessoas infectadas pelo vírus, respectivamente. Em Fortaleza, a taxa de incidência é de, aproximadamente, 420.
O infectologista Anastácio Queiroz ressalta que a situação de Tauá é séria, e "isso mostra que o local precisa receber ações de prevenção não só do município, mas das regionais de saúde". Para Queiroz, o boletim revela que a dengue permanece como uma questão grave no Ceará, e as intervenções de combate não podem ser interrompidas. "Nunca é normal ter esses números de casos da doença, e o que notificamos ainda é um número bem inferior ao que ocorre. Todos os casos são motivos para preocupação. Infelizmente, só se executam ações mais efetivas quando as ações evoluem muito. Estamos em um momento em que, teoricamente, deveria ter menos casos. É muito difícil eliminar, mas, pelo menos, precisamos deixar que os casos não ocorram em uma proporção muito grande", avaliou o especialista.
Sobre os índices elevados em determinados municípios do Interior, o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Josete Malheiros Tavares, afirmou que o conselho acompanha o monitoramento dos indicadores e, com isso, foi percebido que nas cidades mais acometidas pela seca, a população tende a armazenar uma maior quantidade de água, vindo a facilitar a proliferação do Aedes aegypti.
Trabalho
"O mosquito se ambientou a todas as cidades do Estado do Ceará. Tem algumas explicações que vão além do controle biológico, do trabalho humano. Nós, da saúde, temos que cuidar da eliminação do criadouro. É um desafio muito grande e, na fase da prevenção, precisamos ter um engajamento da sociedade", ressaltou Tavares.
Conforme a Sesa, o apoio do Governo do Estado às ações de prevenção e controle nos municípios por meio da Secretaria da Saúde do Ceará acontece durante todo o ano. Dentre as ações preventivas, a Pasta ressalta a capacitação periódica dos profissionais e o uso do fumacê. A Secretaria lembra que o uso do fumacê é específico em determinadas épocas do ano. Após o primeiro semestre, o equipamento tende a resultar em uma melhor prevenção, já que atinge os mosquitos em fase adulta.

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