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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Vida no circo

Há paixões que são herdadas de pai para filho, não tem jeito. Seja pela força da tradição ou porque há uma afinidade grande, é notório o orgulho de algumas famílias ao verem um pouco de seu passado mantendo-se vivo através dos filhos e netos.
É o caso de César Palma, 39 anos, e uma vida inteira dedicada ao circo. Nascido em Guayaquil, no Equador, o acrobata, sua esposa e os três filhos fazem parte da terceira geração de uma família de origem circense. "Esta é a melhor carreira que posso seguir. Com o circo, posso viajar e conhecer muitas culturas", explica ele.

Visivelmente apaixonado pelo que faz, César conta que pouquíssimas vezes cogitou trocar de profissão. "Uma vez, quando adolescente, pensei em ser jogador de futebol, mas desisti porque não sou bom nisso", brinca o equatoriano, que volta para casa apenas uma vez ao ano. "Todos os circos são como uma casa nova. Regressamos à nossa casa fixa (em Guayaquil) apenas uma vez ao ano, mas já aconteceu de ficarmos até quatro anos fora", garante.
Herdeiros
Jason, Alejandro e Salome Diaz são filhos de César. Juntos, eles apresentam-se no Le Cirque. A rotina começa cedo, às 8h da manhã, incluindo treinos diários, que duram entre duas e três horas.
Salome destaca a receptividade do público de Fortaleza que, segundo ela, é "muito alegre e motivado". A jovem, de 16 anos, diz que adora quando está no picadeiro. "Quando saio para o palco, já saio bem e sabendo o que devo fazer. Sinto-me famosa. É como se fosse apenas o meu momento", detalha Salome.
Essa mesma empolgação é compartilhada por seu irmão Jason. Hoje, aos 20 anos, ele começou a treinar aos seis e estreou aos sete. "Foi uma das maiores emoções da minha vida", afirma.
Alejandro, 22 anos, foi o único que levou mais tempo antes de ingressar na vida circense. Até os 18, o equatoriano tinha uma rotina comum e morava com a avó. "Ela tinha uma preocupação comigo e até pensei em ter uma vida normal, mas quando saí do circo, não passou muito tempo e voltei".
Renovação
O Le Cirque completou seis meses de apresentações, em Fortaleza. Bryan Stevanovich, diretor artístico do circo - que tem capacidade para duas mil pessoas - destaca a mudança pela qual passam os números. "Anualmente, os shows são pensados. Enquanto um espetáculo segue em cartaz, estamos à procura de talentos, renovando o casting em janeiro".
Segundo o diretor, as apresentações são feitas para a família e trazem artistas de várias partes do mundo, como Rússia, Espanha, França, Alemanha e Portugal. Bryan lembra que o Le Cirque trabalha com três companhias, isso garante espetáculos distintos a cada temporada. "No atual show, temos o 'free style', onde motociclistas sobrevoam a plateia. Esse tem sido o ponto alto das apresentações".
Curiosidades
Números na acrobacia
A apresentação de acrobacia dura oito minutos.
Os treinos, para iniciantes, levam entre cinco e seis horas.
Acrobatas experientes treinam entre duas e três horas, por dia.
A família de acrobatas do Le Cirque passa, em média, um ano fora de casa.
A trupe já ficou até quatro anos sem voltar para casa.
Mais informações
Le Cirque
Estacionamento do Iguatemi. Horários: de terça a sexta-feira, às 20h30. Sábados e domingos, às 15h30, 18h e 20h30. Ingressos: de R$ 20 a R$ 50.

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