Seja bem vindo...

Páginas

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Não tem idade para usar a tecnologia

Está nascendo, ou melhor, renascendo, uma geração disposta a não ter fronteiras e a quebrar os antigos rótulos que um dia impuseram a ela. São homens e mulheres acima dos 65 anos que decidiram abrir seus leques de oportunidades e decolar no mundo virtual. Eles estão nas redes sociais, trocam e-mails, mensagens, rodam com um só clique e se comunicam com o universo por meio das novas tecnologias. Inseridos no mundo virtual garantem que estão mais jovens e felizes, alguns até mais próximos dos netos e filhos. Segundo o neurologista do Hospital Geral de Fortaleza, Paulo Ribeiro Nóbrega, esse novo perfil do idoso beneficia a mente, já que a web pode ser uma das armas para evitar o mal de Alzheimer e a solidão.

 "É uma forma de exercitar as funções cerebrais. A atividade física é muito importante, mas é preciso exercitar a mente também",avalia. Ao usar as tecnologias, o especialista aconselha o internauta a mexer com e-mails, jogos, notícias e redes sociais como variedade de recursos para a mente.
Conectados
Apaixonada por essas novas possibilidades, Maria Pires de Andrade, de 75, mais conhecida como Pires, é internauta de mão cheia. Além do computador, tem um smartphone de última geração repleto de aplicativos de bancos, jogos, redes sociais e serviços."Estou livre. Sou uma pessoa ativa. A gente não pode ficar a parte desse universo. Converso com minhas amigas, meus filhos e netos pela web. Tenho uma conta no Facebook, no Instagram e criei uma página para postar minhas reflexões diárias. Eu me sinto feliz, faço novas amizades, reencontro velhos amigos, pago até as contas pelo celular. Quer coisa melhor do que isso?", diverte-se.
E ela tem razão. Estudos vêm mostrando que, para os idosos, o uso das novas tecnologias ajuda a combater o isolamento, aumenta a sensação de bem-estar e promove melhoras na saúde física e mental, além de fortalecer a sensação de competência. No Brasil, uma pesquisa recente do ConsumerLab, braço de pesquisa da Ericsson, que estuda o comportamento de consumidores, indicou que a tendência é de aumento da quantidade de idosos entre 60 e 69 anos utilizando tanto a internet como os dispositivos móveis. Hoje, 60% desse público declaram um uso maior das redes sociais e de comunicadores instantâneos em relação ao ano passado. A fatia de idosos que utiliza smartphone é de 40%, dos quais 40% utilizam ao menos um serviço de comunicação instantânea nos dispositivos diariamente, enquanto 60% usam ao menos uma vez por semana. Sobre os hábitos de consumo, 16% do público entre 60 e 69 anos realizam compras pelo smartphone ao menos uma vez por mês. E 57% pesquisam preços online. Além disso, 22% destes brasileiros já fazem ao menos metade de suas compras pela internet, em vez de ir a uma loja física. E 42% diz em que faz metade das atividades bancárias pela internet, sendo que 13% pagam contas pelo smartphone ao menos uma vez por semana.
É tempo de atualizar
Fotógrafo aposentado da Câmara Municipal de São Paulo, Waldyr Vettore, 75 anos, não deixou de lado seus velhos costumes. Ele foi taquígrafo (ação de transcrever o que é falado em tempo real) e chegou a dar aulas da atividade e datilografia (digitação em máquina de escrever). Para Waldyr, as novas tecnologias para o idoso são um desafio e são necessários "cursinhos" para adquirir habilidades com a ferramenta. "Como redator por muitos anos, é claro que tenho aproveitado o Word para praticar. Mas digito mais rápido na máquina do que no computador". E confessa: "O idoso sente um pouco de vergonha quando vê crianças de pouca idade já sabendo mexer em tudo isso", argumenta o aposentado que em breve pretende ingressar num curso de novas tecnologias.
Inclusão Digital
Com o objetivo de auxiliar alunos da terceira idade no curso da informática e promover sua inclusão digital, o Serviço Social do Comércio oferece cursos específicos para os alunos na "melhor idade", como classifica Inês Coutinho, analista assistencial do Trabalho Social do Idoso. "Oferecemos cursos de informática em três níveis. Do básico ao avançado, além de cursos específicos para redes sociais, utilização de smartphones e ipads. Eles passam a ter uma nova vida após o término do curso. Sentem-se seguros em navegar na internet, fazendo pesquisas, estando atualizados com as notícias do dia a dia e fazendo novas amizades" ,comenta. Ela diz que a maior dificuldade dos idosos no curso é a coordenação motora, mas que logo é eliminada no início da prática. "Aprender para mudar a realidade, esse é o nosso lema. Temos a preocupação de inserir o idoso num processo de envelhecimento saudável e nesse novo contexto faz parte ele está conectado", completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário