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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Desemprego na RMF cai pelo 2º mês consecutivo

Pelo segundo mês consecutivo, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) apresentou queda. Após atingir 13,6% em abril, a taxa caiu para 12,9% em maio e fechou o mês de junho em 12,7% da População Economicamente Ativa (PEA) desempregada. Apesar da queda, esta é a maior taxa registrada para o mês desde 2008, quando foi iniciada a série da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na RMF.

Em junho do ano passado, a taxa estava em 7,9%. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
Segundo a pesquisa, o contingente de desempregado na RMF em junho deste ano foi estimado em 231 mil pessoas, 5 mil a menos do registrado em maio. Ao todo, o contingente de ocupados foi estimado em 1,59 milhão. Dentre as cinco regiões metropolitanas analisadas pela pesquisa, apenas a de Porto Alegre apresentou taxa de desemprego abaixo da de Fortaleza, com 10,3%. A taxa mais elevada foi registrada em Salvador (24,8%), seguida pelo Distrito Federal (19,0%) e São Paulo (17,6%).
Apesar do alto patamar da taxa de desemprego na RMF, o analista de mercado de trabalho do IDT, Mardônio Costa, diz que o resultado de junho pode ser considerado positivo. "Isso pode estar sinalizando que esse processo de elevação do desemprego pode estar chegando a um momento de estabilidade e, no segundo semestre, a taxa tende a reduzir um pouco", ele diz.
Setores
Na comparação entre maio e junho, apenas a indústria apresentou aumento de postos de trabalho na RMF, com 11 mil vagas (4,3%), enquanto a maior queda, em números absolutos, foi verificada no setor do comércio, com a eliminação de 6 mil postos (-1,6%). O setor de serviços, que concentra o maior número de empregos, apresentou queda de 9 mil vagas (-0,2%), ficando com 809 mil postos de trabalho, e o da construção civil registrou queda de 5 mil postos (-4,0%).
"O dado do setor industrial é positivo, e pode ter uma recuperação no segundo semestre", avalia Erle Mesquita, coordenador de estudos e análise de mercado do Sine/IDT. "Mas alguns setores, como o da construção civil, o desemprego cresceu fortemente, apresentando o menor número de postos de trabalho em 2016", completa.
Mesmo com os sinais de melhora, Mesquita diz que ainda é cedo para afirmar que há uma tendência de declínio das taxas de desemprego. "Embora tradicionalmente o segundo semestre seja mais favorável para o mercado de trabalho, essa taxa de desemprego acabou diminuindo um pouco, assim como no mês anterior, devido ao menor número de pessoas que procuraram trabalho. Muitas vezes isso ocorre pela descrença causada pela conjuntura econômica".
Rendimento
Com relação ao rendimento médio real, a pesquisa aponta que em maio houve uma pequena elevação tanto para o total de ocupados (0,8%) quanto para os assalariados (0,6%) e autônomos (3,9%), que passaram para R$ 1.287, R$ 1.394 e R$ 996, respectivamente. No mês, o maior rendimento médio real foi registrado no setor público (R$ 2.759) e o menor entre os assalariados sem carteira assinada (R$ 933). Segundo a PED, nos últimos 12 meses, o contingente de desempregados cresceu em 85 mil pessoas.
O resultado se deve à eliminação de 107 mil postos de trabalho. Já o tempo médio de procura por trabalho aumentou de 23 para 31 semanas.
Expectativa
Segundo Mesquita, as eleições deste ano devem contribuir para o aumento na oferta de vagas. "A gente teve um crescimento muito forte no desemprego de 2015 para 2016. E todos os indicativos econômicos, seja o PIB ou a inflação, já estão em patamares bastante desfavoráveis, podendo dar sinais de melhora. Mas ainda é muito cedo para apontar uma recuperação efetiva, além da sazonalidade", diz.

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