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terça-feira, 19 de julho de 2016

Caixa eleva a R$ 3 mi o teto de financiamento

Fortaleza/ São Paulo. A Caixa Econômica Federal anunciou uma série de novas medidas que irá tomar para facilitar o acesso dos brasileiros ao financiamento imobiliário. Uma das principais novidades do pacote, previsto para ser anunciado na próxima segunda-feira (25), é dobrar para R$ 3 milhões o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados pelo banco. O vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, explica que a Caixa elevará ainda a cota de financiamento no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), usado para imóveis de valor superior a R$750 mil, de 70% para 80% nos imóveis novos, e de 60% para 70% em usados.

Para o presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, todas as medidas que incentivam o aumento do crédito imobiliário são interessantes, mas a efetividade deste pacote deve ser analisada.
"É um empréstimo financeiro, uma retroalimentação ao sistema. Essas novas medidas mudam pouco o cenário, porque vão gerar pouco crédito, mas é um primeiro passo, muito bem-vindo, onde mundo ganha", explica Montenegro enfatizando que a elevação do teto do valor de imóveis financiáveis pelo banco, para R$3 milhões, não mudará o atual cenário de crise no setor, pois há poucos estabelecimentos com esse valor e poucas pessoas que podem comprar.
Nível de aprovação
Outra medida para pessoas físicas inclue elevar o nível de aprovação das propostas pelo banco, hoje em torno de 80%, além de uma intensa campanha de divulgação. A Caixa também está reabrindo e expandindo uma linha que permite a transferência de financiamento imobiliário que tenha sido contratado com outros bancos. Com isso, mutuários poderão transferir para o banco até 70% do empréstimo que tenha tomado com outras instituições financeiras. O limite aceito hoje é de até 50%.
"Está sendo feito um esforço grande para a recuperação do setor. A gente tem conversado com os bancos, o governo está preocupada em ouvir o setor, e nós estamos construindo juntos um plano", explicou Montenegro, ressaltando que só há duas formas de retomar um quadro positivo no setor da construção civil: com a maior oferta de crédito e com a volta da confiança.
Orçamento
No ano até junho, a Caixa concedeu menos de R$39 bilhões, de um orçamento para o ano hoje em cerca de R$93 bilhões. O esforço para fazer o setor voltar a ganhar tração inclui também flexibilização de parâmetros para concessão de recursos às construtoras. Uma das iniciativas nesse sentido é a reabertura do chamado Plano Empresário (PEC), mecanismo simplificado de financiamento que tinha sido suspenso por causa do aumento da inadimplência e do grande volume de renegociações.
Além de ser reaberta, a linha terá o prazo de amortização estendido de 6 para 12 meses, com carência de 6 meses.
Tentativa
O foco da Caixa em imóveis para famílias de renda mais alta visa a reverter a tendência de forte contração, provocada em parte pelo escassez de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A caderneta de poupança, que lastreia o SBPE, teve saída líquida de R$ 42,6 bilhões no primeiro semestre, pior resultado para o período da série histórica iniciada em 1995, segundo o Banco Central.
Segundo número mais recente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de financiamento do SBPE para compra de imóveis somou 10,9 bilhões de reais de janeiro a março, queda de 54,6 por cento ante igual período de 2015.
Com isso, a Caixa ficou mais rigorosa nas novas concessões, exigindo valor de entrada maior ou mais garantias dos tomadores. O movimento casou com a queda na demanda por empréstimos, devido à combinação de desemprego ascendente e inflação alta, que têm pressionado a renda das famílias.
No caso da Caixa, um dos reflexos desse cenário foi a queda de cerca de 6% no volume de concessões nos seus feirões da casa própria, 14 eventos regionais que o banco faz todo ano, para 10,3 bilhões de reais.
No entanto, o banco conseguiu outras fontes de recursos, incluindo FGTS, emissão de letras financeiras e liberação de depósitos compulsórios.

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