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terça-feira, 28 de junho de 2016

Preço sobe menos na alimentação feita fora de casa

Enquanto a estiagem tem contribuído para inflacionar diversos itens da cesta básica, como o feijão, por exemplo, proprietários de restaurantes têm procurado segurar os preços para não afastar clientes, que têm evitado comer fora de casa por conta do orçamento mais curto em reflexo da crise econômica.

Esses fatores, combinados, resultaram em um contexto de inflação mais acelerada para alimentos dentro de casa do que fora.

Outra explicação para esse cenário se dá pela diferença da velocidade do repasse de custos entre as cadeias produtivas. De acordo com o educador financeiro Arthur Lemos, da Dsop Educação Financeira, produtores e atacadistas ajustam os preços quase que imediatamente, enquanto estabelecimentos como restaurantes não o fazem com a mesma velocidade. "Eles não podem imprimir um novo cardápio a cada semana", pontua Lemos.
Segundo a prévia da inflação de junho medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), o aumento de preços de alimentos no domicílio já atingiu 8,81% no primeiro semestre de 2016, ao mesmo tempo em que registrou 5,26% nas despesas com alimentação fora do lar - uma diferença de 3,55 pontos percentuais. No acumulado dos últimos doze meses, a inflação foi de 12,69% em alimentação dentro de casa e 11,21% fora.
O economista Alex Araújo ressalta que lanchonetes e restaurantes também têm evitado transferir os custos da inflação ao cliente final como estratégia de mercado. "Apesar de não ter deixado de se alimentar fora de casa, o fortalezense mudou os estabelecimentos que frequenta, com preços mais acessíveis. Por isso os custos estão sendo represados. Mas, em algum momento, os custos devem ser repassados aos clientes", aponta.
Ou seja, é possível que, em breve, o preço da alimentação fora de casa volte a acelerar, possivelmente em um cenário de retomada do crescimento. Araújo destaca, entretanto, haver uma expectativa de que a inflação de preços no País e em Fortaleza perca força daqui até o fim do ano, encerrando 2016 a um patamar de 7,5%.
Custos
Mediante esse cenário, o consumidor fica com a dúvida: vale mais a pena se alimentar fora de casa? A resposta, segundo o educador financeiro Arthur Lemos, é não. "Por mais que o preço da alimentação dentro de casa tenha acelerado mais que a de fora dentro do escopo de um ano, ainda é mais vantajoso comer no domicílio sempre que possível. Assim, o consumidor vai continuar percebendo uma economia ao fim do mês", sugere.
Isso porque a média da inflação calculada - de 12,69% na alimentação dentro de casa nos últimos doze meses, por exemplo - não quer dizer que todos os itens da cesta básica tiveram esse aumento. "Há produtos que subiram mais que essa média, e outros que subiram menos. O que importa é a inflação da cesta de alimentação da família, que pode ser adequada com a escolha de produtos que tenham subido menos", explica Lemos.
Para isso, é preciso ficar atento aos itens que subiram mais. Um dos casos mais emblemáticos é o feijão, que tem sido apontado como o principal vilão por conta da quebra de safra do tipo mulatinho, o mais consumido pelos brasileiros - nos últimos doze meses, o preço dessa variedade subiu 56,97% no País. É possível substituí-lo pelo feijão preto, por exemplo, que aumentou 15,77% no mesmo período.
A mesma prática pode ser utilizada para diversos produtos consumidos pelas famílias, que também podem optar por marcas mais baratas.

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