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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Pela 1ª vez, CE tem suspeitas de óbitos por chikungunya

Pela primeira vez, desde que registrou casos da febre chikungunya - doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e da zika -, o Ceará está investigando mortes que podem ter ocorrido em decorrência da doença. Conforme o último Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), no dia 3 de junho, estão em análise seis óbitos suspeitos de chikungunya, sendo, cinco homens e uma mulher.

As mortes investigadas ocorreram em Fortaleza (3), Crateús (1), Quixadá (1) e São Gonçalo do Amarante (1). As vítimas tinham entre 12 e 89 anos. Ainda conforme o Boletim, até o dia 3 deste mês, foram notificados 10.373 casos suspeitos de chikungunya no Ceará. Destes, 2.234 foram confirmados, 1.120 descartados e 7.019 seguem em avaliação.
O levantamento apontou também que dos 135 municípios com casos suspeitos no Ceará, 44 já tiveram ocorrências confirmadas. Em números absolutos, Fortaleza é a cidade com mais casos de febre de chikungunya, com 1.776 confirmações. A taxa de incidência na Capital é de 68,5 casos a cada 100 mil habitantes. Já o município de Campos Sales, que confirmou 166 episódios, tem a maior taxa de incidência do Estado, com 612,0 casos a cada 100 habitantes.
Comitê
O gerente da Vigilância Ambiental e Riscos Ambientais da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), Nélio Moraes, explica que as mortes estão sendo investigadas por um "comitê de avaliação de óbitos por causas indefinidas", que já se reúne periodicamente na Sesa para analisar casos desta natureza.
Nestas situações, de acordo com ele, leva-se em conta: o quadro clínico dos pacientes, se os mesmos eram casos suspeitos ou confirmados de chikungunya, além dos resultados dos procedimentos realizados pelo Serviço de Verificação de Óbitos. "Quando há indefinição da patologia, o médico ao fazer a necropsia pode encontrar achados compatíveis com a infecção, como a chikungunya e identificar que o paciente tinha a doença", explica Nélio Moraes.
O prazo para conhecimento do resultado sobre a relação das mortes com a chikungunya pode variar de duas semana a três meses, segundo Nélio. Ele informou ainda que, em alguns casos, a causa da morte é investigada e definida no Comitê, mas em outros episódios a avaliação é encaminhada para o Instituto Evandro Chagas, que é uma fundação pública de pesquisa científica, referência internacional, localizada na cidade de Belém, no Pará.
Nélio destacou que embora seja a primeira vez que o Ceará investiga a possibilidade de óbitos causados por chikungunya, a doença já provocou mortes em outros estados e, segundo ele, "deverá ser letal também no Ceará". Dados do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde sobre a doença, divulgado ainda em abril, confirmam que em 2015 o Brasil registrou seis mortes por chikungunya.
Neste ano, até 25 de abril, conforme o órgão federal, 15 óbitos foram confirmados, sendo nove em Pernambuco, dois na Paraíba, dois no Rio de Janeiro, um no Rio Grande do Norte e um no Piauí. Informações mais atualizadas da Secretaria Estadual da Saúde de Pernambuco dão conta que o estado já registrou 22 óbitos por chikungunya.
De acordo com Nélio, pesquisas têm confirmado que o poder de infectividade dos mosquitos contaminado com chikungunya chega a ser até três vezes maior que os com dengue e zika. "Em residências com cinco moradores, dois ou três eram infectados pela dengue, por exemplo. No caso da chikungunya chega a ser quatro ou todos. É uma difusão maior e temos que estar ainda mais preparados", reforça.

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