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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Energia eólica já abastece mais de 30% do Nordeste

Icaraí de Amontada. O vento forte que não para de soprar fez da pequena Icaraí de Amontada, na costa Oeste do Ceará, uma ilha de usinas eólicas. Elas geram energia elétrica usando a força dos ventos. Ali, para qualquer lado que se olhe, modernas torres de quase 150 metros de altura destoam do cenário rústico da antiga vila de pescadores.
Os parques instalados na região de Amontada estão entre os mais eficientes do planeta. Enquanto no mundo, as usinas eólicas produzem, em média, 25% da capacidade anual, no Complexo de Icaraí esse percentual é mais que o dobro. As 31 torres que compõem o parque produzem 56% da capacidade anual. Para ter ideia do que isso significa, nos Estados Unidos, esse indicador é de 32,1%.

É por causa da qualidade desse vento que o Nordeste despontou como uma das maiores fronteiras eólica do mundo. Hoje, os parques em operação na região são responsáveis pelo abastecimento de boa parte da população local de 56 milhões de pessoas. Em um dia inteiro, os parques chegaram a produzir 35% da carga média do Nordeste, recorde alcançado em 19 de maio.
Investimentos
Desde 2008, o setor recebeu R$ 67 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Esse montante colocou o País na 10ª posição entre as nações com maior capacidade instalada do mundo. Hoje, a potência do parque eólico brasileiro é de 9,7 mil megawatts (MW). No total, são 5.141 turbinas instaladas no Brasil. Cerca de 82% delas estão no Nordeste.
Mas, ao contrário das hidrelétricas que entram na base do sistema elétrico, as eólicas devem ser usadas como complementos por serem intermitentes. Mesmo no Nordeste, onde o vento é mais constante, é preciso considerar as intempéries da natureza, ou seja, pode parar de ventar a qualquer momento.
Em 2015, entretanto, não fossem por elas, o Nordeste poderia ter entrado num traumático racionamento por causa do baixo nível dos reservatórios, especialmente o da hidrelétrica de Sobradinho, responsável por 58% do armazenamento da Região.
Vocação
A vocação do Nordeste tem se inclinado cada vez mais para a energia eólica. Segundo a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, até 2020, a participação da energia do vento na matriz elétrica brasileira vai saltar dos atuais 6% para 20% da capacidade instalada. No Nordeste, essa participação será ainda maior, de 30%. Em termos de consumo, a fonte será capaz de atender cerca de 70% da carga da região em alguns momentos do dia.

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