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terça-feira, 24 de maio de 2016

Seminário destaca uso de novas tecnologias

Fortaleza. Com o objetivo de discutir ações sustentáveis para construir cidades inteligentes, mais de cem prefeitos e dezenas de gestores cearenses se reuniram, ontem, no 4º Seminário Prefeitos Ceará 2016. O evento, cujo tema desta edição é "Cidades Inteligentes", promove palestras e painéis focados na reflexão de como a tecnologia pode auxiliar a administração pública e também as políticas nas áreas de mobilidade, infraestrutura, águas residuais, gestão de resíduos, habitação e energia.

Representando o Governo do Estado, a vice-governadora Izolda Cela proferiu palestra magna durante a abertura e focou o debate na segurança pública, tema que considera um desafio atual de grandes e até mesmo de pequenos municípios. Para ela, o evento é importante para o desenvolvimento das gestões. "A inteligência na gestão é um dos pontos chave para superarmos as adversidades", declarou.
A vice-governadora acredita que um dos grandes desafios neste sentido diz respeito à intersetorialidade. "As áreas da gestão são diversas, e têm a obviedade de uma relação entre elas. No entanto, na prática, essa relação ainda deixa muito a desejar", defendeu. Citou como exemplo a luta contra a mortalidade infantil, que não deve ser uma responsabilidade apenas das pastas da Saúde, mas de outras, como Educação, Ação Social e Infraestrutura. "Isso desafia a inteligência da gestão atualmente", considerou a vice Izolda.
Novos temas
Promovido pelo Diário do Nordeste, o seminário encerra sua programação nesta terça-feira (24), trazendo temas como mobilidade urbana, energias renováveis, marketing político e desafios na política econômica para os municípios. O Seminário Prefeitos 2016 conta com o apoio institucional do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará (TCM-CE).
De acordo com o presidente do órgão, Francisco Aguiar, é preciso estimular ações que possam qualificar a atuação dos prefeitos, que definem os rumos das políticas voltadas para a coletividade. "É preciso levar em consideração valores como ética, responsabilidade socioambiental e inovação", ressaltou.
É nessa perspectiva que se evidencia a importância de discutir instrumentos para a construção de mais cidades inteligentes pelo País.
"O conceito vai além da oferta de serviços digitais ao cidadão. A cidade inteligente tem um esforço consciente de utilizar a tecnologia na gestão, sem esquecer a participação da sociedade. Os recursos são limitados e as demandas da população são diversas. Por isso, é preciso buscar soluções inovadoras e baseadas em estudos sólidos", afirmou.
O diretor superintendente do Diário do Nordeste, Pádua Lopes, destacou que o tema é um dos mais instigantes na área das gestões urbanas atualmente, tendo em vista que significa um planejamento racional e harmonioso das cidades para que elas ofereçam melhor qualidade de vida aos seus habitantes e sejam mais humanas.
"O conceito técnico de Cidades Inteligentes, que se expande no mundo sob a terminologia inglesa de 'Smart Cities', compreende o sistema de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria de vida dos indivíduos. Esses fluxos de interação são considerados inteligentes por fazerem uso estratégico na gestão pública da infraestrutura, dos serviços e da informação, de modo a dar resposta satisfatória às demandas sociais e econômicas da comunidade", afirmou Pádua Lopes.
Insegurança
Durante o seminário, a vice-governadora destacou que o plano de governo da atual gestão é construído em pelo menos sete eixos que se articulam, defendendo que um dos grandes desafios para cidades inteligentes é conseguir promover, na prática, essa interação entre as áreas.
Izolda trouxe como tema central da palestra o Ceará Pacífico - um pacto entre poderes e a sociedade civil para minimizar a violência. Conforme ela, a insegurança traz uma dimensão de complexidade que diz respeito aos fatores múltiplos de vulnerabilidade sobre os quais estão os atores envolvidos em crimes. Entre esses, estão a cultura da impunidade, o tráfico de drogas e de armas, a falta de oportunidades para a juventude e a degradação do espaço urbano.
Para Izolda, é preciso encarar esses temas com reflexão e compreensão mais profundas para promover ações e políticas públicas intersetoriais. "O homicídio é o carro-chefe do problema da insegurança. Mas ele é como a mortalidade infantil para a Saúde ou o analfabetismo para a Educação. Todos são produtores de diversos outros problemas e precisam ser solucionados intersetorialmente", finalizou.
O QUE ELES PENSAM
Por que construir cidades inteligentes?
"As cidades inteligentes nada mais são do que fazer muito com pouco. Se você tem pouco recurso, é preciso saber utilizá-lo de forma correta. Esse evento marca por uma vivência que pode ser transformadora para os municípios envolvidos. Estamos em um momento difícil com a crise, mas a dificuldade tem ensinado os municípios a sobreviver"
Expedito Nascimento
Prefeito de Piquet Carneiro e Pres. Da Aprece
"Um dos principais fatores sobre cidades inteligentes é que a gente tem que focar os recursos para uma gestão mais eficiente, dotando a cidade de acessibilidade, melhor infraestrutura e melhores serviços. Diante da crise financeira que vivemos, os prefeitos precisam aplicar os recursos da melhor forma para atender às demandas da população"
Weber Araújo
Prefeito de Russas
"Esse conceito é muito importante. Estamos passando por uma crise violenta com a mudança de governo e esperamos que melhore a situação dos municípios. A crise maior é em Brasília, mas quem sofre são os municípios. Esse evento nos traz perspectivas de como podemos lidar com isso de forma inteligente"
Washington Goes
Prefeito de Caucaia

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