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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Professores mantêm greve após assembleia

Os professores da rede estadual de ensino decidiram, em assembleia realizada no Ginásio Poliesportivo da Parangaba, na manhã de ontem, a permanência da greve na Capital e Interior. Durante o encontro, que reuniu quase 1.700 servidores da Educação e a Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais Ceará (Apeoc), estudantes que estão ocupando as escolas invadiram a reunião dos professores pedindo participação nas negociações e continuação da greve. A organização não autorizou a fala dos alunos, pois a assembleia era somente dirigida aos professores.

Iniciada no último dia 25 de abril, a paralisação das atividades tem entre as reivindicações um aumento salarial da categoria de 12,67% (10,67% de reposição da inflação de 2015 e 2% de ganho real). Além disso, diversos estudantes também ocupam as escolas estaduais em forma de protesto para a melhoria da infraestrutura em unidades escolares, reajuste do valor unitário da merenda escolar e o passe-livre nos transportes urbanos.
A greve foi declarada ilegal, desde o dia 6 de maio, por meio de decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) assinada pelo desembargador Durval Aires Filho. O parecer define a retomada das negociações até o próximo mês de junho, conforme já havia sido assinado em ata.
Sobre a ilegalidade da greve, o presidente da Apeoc disse que "o sindicato abriu um recurso contra a medida judicial. Estamos esperando o resultado que ainda não saiu. Nosso setor jurídico vai atuar tentando usar todas as regulamentações jurídicas para que não haja prejuízos aos professores", ressalta. O sindicato entrou com recurso para tentar cassar a liminar do magistrado no dia 12 de maio.
O presidente da Apeoc, Anízio Melo, pontua que a decisão da continuidade da greve foi soberana. "O Executivo sinalizou o atendimento de boa parte da pauta dos professores e estudantes, mas não avançou na negociação do reajuste geral, que só deve ser anunciado no dia 6 de junho. A data-base dos servidores estaduais é 1° de janeiro". Sobre a reposição de aulas perdidas, o presidente informou que "é um compromisso moral e legal de repor as aulas perdidas. A recomposição de aulas é um dos pontos principais nas discussões daqui pra frente".
O aluno Carlos Menezes da Escola Estadual Caic Maria Alves Carioca afirma que as medidas de reformas e compras de equipamentos - anunciada pelo Estado na semana passada - não irão atender a todas as unidades. "Esses computadores novos que prometeram comprar, por exemplo, não vão atender toda a demanda das escolas. Temos salas com 40 alunos", reclama. Durante a assembleia, os professores doaram cerca de R$ 530 para ajudar os alunos com despesas das ocupações.
Agenda
Hoje e amanhã, o sindicato irá realizar inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas escolas estaduais, além de definir outros pontos de greve em reuniões na Capital e interior. Na segunda-feira (23), uma caminhada está marcada com saída da Praça da Bandeira até a Praça do Ferreira e na quarta-feira (25) uma nova assembleia para definir os rumos da greve.
Por meio de nota, a Secretaria da Educação adiantou que irá se pronunciar sobre o reajuste para os servidores estaduais no dia 6 de junho e disse ter realizado "diversas reuniões com a categoria para dialogar sobre as reivindicações e apresentou respostas às demandas, anunciando investimentos e celeridade para 26 pontos de pauta, inclusive benefícios para os professores"

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